Depois de um mês de limpeza dos espaços, as obras de revitalização do Viaduto Otávio Rocha, sobre a Avenida Borges de Medeiros, no Centro Histórico de Porto Alegre, estão a pleno. O primeiro semestre de 2023 terá como foco a recuperação do piso e reparos na rede hidráulica subterrânea de todo viaduto. O percentual de execução do trabalho, que teve início em novembro e deve ser concluído em 18 meses, ainda é de 3%, mas as operações já alteram a circulação de pedestres na região.
Atualmente, está em andamento a retirada do cirex, argamassa que cobre a pedra da estrutura. Como há risco de queda de material sobre a via, o corredor para pedestres — criado para substituir a calçada interditada no sentido bairro/Centro da Borges — ficará bloqueado por 60 dias para garantir maior agilidade e segurança aos processos feitos no vão inferior do viaduto, explica a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi).
— Há uma sinalização para que as pessoas atravessem a rua e não utilizem este lado da via. Entendemos que era mais eficiente bloquear totalmente a passagem por este lado para dar mais segurança e agilidade, pois a intervenção será em cima de onde as pessoas caminham, o que geraria um risco para quem passasse ali embaixo — justifica André Flores, titular da pasta.
Assim, o fluxo de pedestres no sentido centro/Bairro da via deve ser retomado entre abril e maio. Até lá, é preciso atravessar a avenida para se deslocar pela calçada do sentido contrário, que não recebe intervenções por enquanto.
O plano de obras prevê tapumes e atividades na estrutura apenas no segundo semestre.
— Estamos focados na calçada e também no revestimento que ficará sob o piso na escadaria. Dentro de sete meses, vamos dobrar para os dois lados. Mas em nenhum momento vamos interromper a passagem de pedestres ou veículos pela Borges de Medeiros — detalha Flores.
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) também trabalha na região substituindo as redes de água da Avenida Borges de Medeiros. A atividade está na fase final, mas os reparos acabam bloqueando trechos da calçada e alterando o caminho de pedestres que atravessam na faixa de segurança.
Imprudência e risco
Apesar das indicações para pedestres atravessarem a rua no sentido oposto, no final da manhã de quinta-feira (18), a reportagem identificou pessoas dividindo o asfalto com carros, ônibus, motos e lotações. Nesta sexta (17), a situação se repetia. A Smoi afirma que irá reforçar a sinalização.
— Entre atravessar duas vezes, na pressa, prefiro caminhar do lado dos carros mesmo, acabei me acostumando — admite Gabriel Gonçalves, 25 anos, trabalhador do Centro Histórico.
Outros vão até o canteiro central da avenida, onde árvores são protegidas por um meio fio, mas não há uma calçada contínua que ligue a Fernando Machado à Jerônimo Coelho.
— Até semana passada, tinha mais espaço para o pedestre. Agora, ficou mais perigoso — diz Roberto Ramalho, 53, trabalhador do Mercado Público, arriscando-se pelo canteiro central.
O comerciante Claudio Duarte, dono de uma banca que vende bebidas e guloseimas na esquina da Jerônimo Coelho com a Borges de Medeiros, do lado que a passagem de pedestre está interditada, já sente impacto nos negócios:
— Diminuiu o movimento, não tem mais calçada para passarem perto e verem o que tem aqui para comprar.