A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) autorizou a retirada dos resíduos que se acumulam no Rio Gravataí, no bairro Veranópolis, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. Com a outorga, as prefeituras dos municípios que fazem parte da bacia do Gravataí já tem podem providenciar a limpeza.
Uma empresa especializada nesse tipo de serviço deverá ser contratada de forma emergencial. Ainda não se sabe qual será o método será utilizado para fazer a limpeza do local.
Na manhã desta sexta-feira (10), GZH esteve às margens do manancial, bem no ponto onde o lixo está acumulado. No local, estiveram também o prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wasem, o de Gravataí, Luiz Zaffalon, e o secretário do Meio Ambiente de Alvorada, Rudi Guzati. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, participou do encontro por videochamada.
Durante o encontro, o prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wasem, adiantou que mais uma ecobarreira será instalada para conter ainda mais o lixo.
— Temos no Arroio Passinhos uma ecobarreira que é limpa semanalmente. São duas caçambas de resíduos que são retiradas a cada vez, inclusive num projeto com o Ministério Público. E nós investimos muito em fiscalização. Retomamos a nossa fiscalização ambiental. Os nossos fiscais estão nas ruas punindo eventuais infratores — explicou Wasem durante entrevista ao Gaúcha Atualidade.
O prefeito de Gravataí também sustenta que é preciso ampliar investimento em educação ambiental. Ele destacou ainda a necessidade de colocação de ecopontos em locais estratégicos da cidade:
— Nos bairros em que instalamos ecopontos, que são quatro, e vamos instalar 10 até o final do governo, nesses bairros, aqueles locais tradicionais de depósito de lixo irregular, acabou esse problema.
O secretário do Meio Ambiente de Alvorada, Rudi Guzati, diz que a prefeitura do município tem aplicado multas por descarte irregular de lixo nos arroios:
— A gente tem monitoramento de câmeras de segurança. É passado um relatório ao prefeito sobre todo o descarte irregular. São aplicadas várias multas no município para as pessoas que largam essa quantidade enorme que vocês estão vendo aí — afirmou Guzati, apontando para o lixo acumulado no Gravataí.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, diz que a discussão sobre esse problema precisa envolver outras instituições:
— A Metroplan tem de vir para essa discussão, não pode se ausentar. A Granpal (Consórcio da Associação dos Municípios da Região Metropolitana da Grande Porto Alegre) também. Nós temos de sentar entre nós e dividir responsabilidades, mas o governo do Estado tem de estar na ponta — sustenta Melo.
O presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Renato Chagas, também esteve no local. Ele afirmou que o Estado, por meio da instituição e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, assim que foi acionado pela prefeitura de Cachoeirinha, adotou as medidas de apoio ao município.
— A Fepam foi acionada pela Defesa Civil do município de Cachoeirinha e imediatamente a sua divisão de emergência liberou a barreira flutuante que nós temos para conter derrames oleosos, mas que neste caso está instalada no Rio Gravataí para evitar que esses resíduos continuem descendo e alcancem o Guaíba. Porém, esse tipo de poluição é um tipo de poluição difusa, que chega através do descarte irregular feita pela própria população das cidades. E isso nós só conseguiríamos resolver através de ações de educação ambiental — ressalta Chagas.