Sapucaia do Sul voltou a conviver com a falta de água após três dias sem o serviço. Por volta das 13h desta terça-feira (31), a rede consertada pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) na noite anterior voltou a se romper. Até as 19h30min, ainda não havia previsão para a normalização do abastecimento.
Durante a tarde, a Corsan trabalhava na escavação do terreno para identificar o local do novo rompimento. Uma equipe, com o emprego de retroescavadeiras e bombas de água, realizavam o serviço.
O desabastecimento em Sapucaia do Sul começou na madrugada de sábado (28), quando uma adutora localizada embaixo dos trilhos do Trensurb, próximo ao chamado Viaduto da Vargas, se rompeu. Segundo a Corsan, como não há possibilidade de acessar os canos sem interromper a circulação do trem, a melhor solução encontrada foi instalar uma tubulação de menor espessura por dentro da adutora antiga.
A causa do primeiro rompimento também não foi apurado, mas técnicos da obra relataram a reportagem que a idade avançada da tubulação pode ter sido um dos motivos. A conclusão da nova rede, de 42 metros, ocorreu ainda durante a noite de segunda-feira (30), após horas de trabalho para ligar os tubos sem que a água vazasse.
Com o novo dano, nesta terça, os bairros que têm falta de água, de acordo com a Corsan, são Piratini, Freitas, Silva, Cohab Casas, Cohab Blocos, São José, Anchieta, Encosta da Floresta, Vargas, Colina Verde, Sete e Jardim.
Hospital é prioridade no abastecimento
Dois caminhões-pipa que circulavam por Sapucaia do Sul foram dispensados durante a breve normalização do abastecimento na manhã desta terça. Entretanto, tão logo o rompimento voltou a ser identificado, houve a solicitação para o retorno desse auxílio. Os caminhões são providenciados pela Corsan e operacionalizados em parceria com a prefeitura, por meio da Defesa Civil do município e do setor de comunicação, que publica nas redes sociais o itinerário.
A prioridade, no entanto, tem sido para o abastecimento do Hospital Municipal Getúlio Vargas. A instituição conta com 137 pessoas internadas no momento e já recebeu 12 cargas de 15 mil litros de água cada. Mesmo assim, o racionamento é uma realidade desde o fim de semana.
— Evitamos lavar as calçadas e diminuímos, na medida do possível, os banhos — conta a gerente administrativa do hospital, Loredi Becker.
Nova rede
A Corsan também afirmou que estuda a construção de uma segunda rede para melhorar o abastecimento da região oeste do município, em paralelo à rede danificada. A partir desta semana, conforme o diretor de operações, Milton Cordeiro, o orçamento da obra será avaliado.
— Hoje, nós dependemos de apenas uma linha para o abastecimento dessa região. Com uma segunda linha, nós teremos mais uma garantia para os moradores desses bairros — acrescenta Ribeiro.
Sobre a demora para o reparo da tubulação rompida, ele admite que o tempo "não é normal".
— Nós temos um rompimento muito próximo da linha do Trensurb, assim como muito perto de uma rede de esgoto pluvial e de postes de energia. Isso acabou dificultando a manutenção — explica o diretor de operações, que acompanhava a obra.
A Corsan garante que o trabalho seguirá pela noite se for necessário. Os canais da companhia para reclamar da falta de água são 0800-646-6444, aplicativo e site. Pela prefeitura, o meio de contato é a Ouvidoria, pelos números (51) 3451-8044, 3451-8045 ou 3451-8011, durante horário comercial.