No mês passado, GZH contou a história do paratleta Wallison Fortes, 26 anos, morador de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana. O jovem precisou amputar parte da perna após um acidente de moto, em 2017. Atuando no atletismo há quase três anos, ele contou que viajaria para o Marrocos, para disputar a Competição Internacional Para Athletics Meeting Marrakech, em busca da classificação internacional — exigida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para ser convocado oficialmente pela Seleção Brasileira. Wallison não só participou do torneio, como foi o grande campeão.
LEIA MAIS:
Gari sonha em ser maratonista, ganha tênis, relógio de corrida e ensaio fotográfico
Projetos buscam doações para o Dia das Crianças
Iniciativa oferece verbas para projetos de esporte
No continente africano, o atleta conquistou medalha de ouro nas duas provas que disputou: de 100m rasos e 400m rasos. Devido ao alto custo da viagem, Wallison foi sozinho para o Marrocos, e relata ter sido esse um dos maiores desafios dessa jornada:
— Eu não sei falar outra língua e eles só falam francês ou árabe por lá. Então, isso e as preocupações de horários me desgastaram bastante mentalmente para a corrida. Por sorte, encontrei brasileiros na competição que conseguiram me ajudar um pouco com essas questões.
Futuro
Agora, o jovem de Eldorado já tem a tão sonhada classificação internacional. Embora ainda não tenha sido anunciado o ranking do paratletismo, Wallison e sua equipe acreditam que ele estará entre os 10 melhores do mundo - a divulgação será nos próximos dias.
Com isso, Wallison vê mais próxima a chance de disputar grandes torneios como os Jogos Parapan-Americanos de 2023, o Mundial de Paratletismo, em julho do ano que vem, e, posteriormente, as Paralímpiadas de Paris 2024.
— Participando do Parapan e tendo um bom desempenho na competição, conquistando o pódio, consigo vaga direta para os Jogos Paralímpicos - comenta, esperançoso, Wallison.
De acordo com o atleta, ainda este ano, ele disputará mais dois torneios. O primeiro, no dia 13 de outubro, em João Pessoa, na Paraíba, será uma competição universitária organizada pelo próprio CPB. Já o segundo é o Meeting Paralímpico, previsto para novembro, em Porto Alegre.
Mais medalhas
As conquistas não ficaram apenas no território marroquino. Antes de voltar para casa, Wallison participou dos Jogos Universitários Brasileiros (Jubs), em Brasília, onde ganhou mais três medalhas de ouro: 100m rasos, 200m rasos e 400m rasos.
Além da vitória na competição, ele bateu o recorde nacional - que já era dele - em todas provas. Wallison finalizou a corrida de 100m rasos em 11 segundos e 66 centésimos. Na prova de 200m rasos, fez o tempo de 23 segundos e 33 centésimos, já na dos 400m rasos foi em 51 segundos e 53 centésimos. No entanto, por não ser uma competição considerada paralímpica, o CPB ainda não confirmou se irá reconhecer esses tempos.
Carreata na cidade
Wallison foi recebido com festa em seu retorno a Eldorado do Sul. Logo na área de desembarque do Aeroporto Salgado Filho, o jovem foi recepcionado por familiares e amigos acompanhados pelo ritmo da banda de percussão Luiza Maria, convocada por Gelson Antunes, secretário de Educação, Cultura, Esporte, Turismo e Lazer de Eldorado do Sul.
Em sua cidade natal, o atleta, enrolado na bandeira do Brasil e com suas medalhas no peito, desfilou pelas ruas da cidade em cima de um carro. A carreata foi acompanhada por um caminhão de bombeiros e contou com cerca de 20 veículos.
LEIA MAIS:
Escola de Porto Alegre completa um mês sem luz após furto de cabos
Retomada da vacinação das crianças de 3 e 4 anos contra a covid-19 segue com baixa procura em Porto Alegre
Prefeitura de Porto Alegre lança Campanha do Brinquedo 2022
— Foi a primeira vez que tive um reconhecimento maior, além de familiares e amigos. Estou muito feliz, é um sentimento de muita alegria — diz Wallison.
Ele completa dizendo:
— A medalha é o símbolo, mas o reconhecimento e a própria voz do povo estão acima de tudo, ajuda muito em várias questões.
Produção: Leonardo Bender