Acolher e ajudar as pessoas não é algo que ficou mais fácil, mesmo após mais de 25 anos de trabalho comunitário. Conforme Losângela Ferreira Soares, a Tia Lolô, 56 anos, a associação que leva o seu nome, no bairro Orieta, em Viamão, está passando por dificuldades financeiras e, além da falta de recursos, faltam alimentos, leite e agasalhos.
Mesmo com o arrefecimento da pandemia e a volta à normalidade dos serviços, as doações não retornaram ao mesmo patamar de antes.
– Hoje, depois da pandemia, a dificuldade da associação ainda é muito grande. Mesmo recebendo algumas doações, o ritmo está muito fraco e as despesas são muitas, pois preciso de fraldas para bebê, leite especial, leite normal, alimentos – cita Lolô.
Outro fator levantado pela voluntária é sobre o número de apoiadores da associação que perderam a vida no período mais grave da pandemia.
– Antes da pandemia, eu conseguia alimentar e sustentar as crianças. Pelas contas que fizemos aqui, pelo menos 15 pessoas que ajudavam morreram. Então, é menos 15 leites, menos 15 pacotes de arroz, menos roupas sendo doadas – lamenta.
Atualmente, conforme Lolô, cerca de 250 crianças e adolescentes frequentam a associação, entre as que são cadastradas no projeto e as que vão para receber doações.
Brechó
Uma das fontes renda para manter a associação vem de um brechó. Porém, com a entrada do inverno, Lolô ficou com poucas peças para vender.
– Preciso de roupas de frio para colocar no brechó. As roupas que estavam para vender, doei para pessoas que estavam precisando e que me pediam ajuda – relata.
A história da associação – iniciada na carcaça de um ônibus inutilizado – foi contada no quadro Um por Todos, Todos por Um, do Caldeirão do Huck, em 2019. Após a visita do apresentador Luciano Huck, o espaço antigo, onde fica o ônibus, foi reformado, e também foi construída a Estação Tia Lolô.
Entretanto, a voluntária ressalta que o programa proporcionou toda a nova infraestrutura, mas não o custeio da associação, que continua dependendo das doações. Com reconhecimento nacional que o projeto social ganhou, ela conta que mais pessoas começaram a procurar a associação em busca de ajuda e, em seguida, veio a pandemia, que afetou a chegada de mais apoiadores.
Como ajudar
- A associação precisa de alimentos, leites (líquido, em pó e especiais), roupas – principalmente agasalhos – e calçados.
- Tia Lolô aceita tampinhas de garrafa PET para transformar em recursos.
- Doações podem ser entregues na instituição, na Rua Pedro Moreira Lobato, 490, Vila Orieta, Viamão.
- O contato pode ser feito pelo telefone (51) 98537-8397.