Com a limitação de visitas e atividades e com a falta do movimento por conta da pandemia, a direção do Asilo Padre Cacique, em Porto Alegre, percebeu que seus moradores estavam ficando cabisbaixos e entristecidos. A partir daí, veio a ideia de trazer novos moradores ao lar: os pets. Desde maio de 2021, os vovôs e vovós do local contam com a companhia de três cachorros da raça poodle toy e de 10 periquitos.
Atualmente, o asilo atende a cem idosos, sendo 60 mulheres e 40 homens. De acordo com Rogéria Pazini, gerente assistencial do asilo, as questões sanitárias foram bem pensadas antes da adoção dos animais. Os cachorros circulam apenas no pátio, onde possuem um cercadinho, com suas casinhas, e conseguem brincar com os moradores. Não é permitido levar os pets para áreas privadas, como nos quartos.
— Eles fazem acompanhamento veterinário, estão todos em dia com essas questões. Além disso, vão à pet shop uma vez a cada 15 dias — relata Rogéria.
Responsabilidade e cuidados
No entanto, os cuidados do dia a dia são feitos pelos próprios moradores. Supervisionados pelos funcionários do asilo, os idosos dão comida, trocam a água e passeiam com os cachorrinhos no local. Segundo Rogéria, essa medida visa estimular os idosos, para que eles se sintam responsáveis pelos animais e consigam se entreter.
Rogéria relata que é nítida a mudança de ânimo que os moradores tiveram com a chegada dos pets:
— Eles trouxeram mais vida ao local. Dá pra notar no rosto de cada um, nossos moradores sentem orgulho e sempre nos chamam pra ver como os animaizinhos estão se comportando. É lindo de ver.
Lupe, Fred e Tobe
Esses são os nomes dos três cachorrinhos do asilo. Eles foram batizados a partir de uma eleição feita na casa. Os moradores sugeriram diversos nomes, os funcionários selecionaram e fizeram uma votação para ver como cada pet se chamaria.
A moradora Vilma Mazarem, 85 anos, diz considerar os cachorrinhos como se fossem seus filhos. De acordo com ela, por lá, muitos costumam chamar os pets de "as crianças".
— A chegada deles mudou nossa vida, foi algo muito bom. Nós damos colo para eles e pulam de alegria quando nos veem — conta Vilma.
Para o morador Altair Guedes, 76 anos, que cuida diariamente dos passarinhos, essa está sendo uma experiência única:
— Eu nunca havia cuidado de pássaros antes, estou aprendendo muito com o profissional que nos ajuda. Troco a comida deles todos os dias, tenho um carinho especial por cada um.
Produção: Leonardo Bender