A Câmara Municipal de Porto Alegre suspendeu a votação do projeto de lei que prevê a redução de tarifas de lotações. A proposta estabelece que o valor mínimo da passagem passe a ser 20% maior do que a de ônibus — atualmente, é de 40% a mais. O objetivo da prefeitura é diminuir o custo da tarifa e atrair maior número de passageiros.
Inicialmente, a matéria estava prevista para ser analisada em sessão extraordinária da última terça-feira (4), mas acabou sendo adiada para esta quarta (5). No entanto, durante a apreciação, foi acatado um pedido do vereador Mauro Pinheiro (PL), que solicitou explicações para a prefeitura de Porto Alegre e as empresas de transporte sobre os impactos econômicos da redução da tarifa.
— Sei que se trata de um projeto importante, mas ainda há uma preocupação com o impacto financeiro que a redução tarifária trará —afirma Pinheiro.
A decisão causou indignação de parlamentares da situação e oposição. A vereadora Mônica Leal (PP) diz estar surpresa com a atuação de membros do governo.
— Estamos aqui, em meio ao recesso, atendendo a um pedido da prefeitura e eu não entendo por que um faz vista e o outro faz diligência. São ou não são governo? O que está em jogo aqui? — exclamou a vereadora.
Já o vereador Pedro Ruas (PSOL) destacou a presença de servidores do transporte público para acompanhar a sessão.
— Eles (trabalhadores de lotação) não estão aqui porque apenas gostam do projeto, mas, sim, porque mexe com a vida deles — afirma.
A sessão foi convocada em caráter extraordinário em meio ao recesso parlamentar. Sem a votação, o projeto só deverá ser discutido após o retorno dos vereadores do recesso, em fevereiro.