Os perrengues, as alegrias, as certezas e, principalmente, as dúvidas de uma jovem empreendedora de Porto Alegre estão sendo compartilhados há seis semanas em um perfil de rede social. Bruna Zaparoli, 31 anos, criou o Um Restaurante do Zero para gerar conexão com os futuros clientes antes mesmo de o estabelecimento ganhar forma — ou nome.
— A galera tem curiosidade de bastidores, é uma arma do marketing digital. E eu queria mostrar quanto custa fazer obra, comprar um fogão, uma máquina de cartão. Quero botar esses custos todos até para que o cliente crie empatia conosco, saiba a função que é deixar tudo perfeito — justifica.
Bruna não é inexperiente no ramo: ela já foi sócia da Magnífica Cozinha do Fulano de Sal, um pequeno restaurante de almoço que fechou há três anos em razão de um problema com o imóvel locado. Desde então, engravidou duas vezes: tornou-se mãe do Olivio, que tem quase dois anos, e da Teresa, de oito meses.
Convencida pelos órfãos do Fulano de Sal que encontra nas ruas, decidiu que era hora de voltar. A proposta é muito parecida: comida simples, caseira e bem preparada. A cozinheira, dona Rose, já embarcou na nova ideia. O endereço deve ser próximo ao antigo, também, na Praça Cônego Marcelino, perto do Santuário Santo Antônio do Pão dos Pobres, na Cidade Baixa.
No perfil do Instagram, Bruna compartilha sua busca por louças, por móveis e mesmo pelo nome do restaurante. “Entendam que escolhi o nome dos meus filhos no 45 do segundo tempo (um deles na sala de parto em meio a contrações)”, diz ela em um post, oferecendo “almoço vitalício” para quem der a ideia perfeita.
A saga do pão de queijo
A saga pela procura do pão de queijo ideal também rendeu bons stories. Questionou os seguidores sobre quanto pode custar um pão de queijo, abriu caixa de pergunta para as características mais importantes da iguaria e pediu indicações. Foi a cafés no Bela Vista, na Cidade Baixa e até em posto de gasolina na saída de Porto Alegre para provar as sugestões.
E Bruna já encontrou nos pouco mais de 1,3 mil seguidores uma fonte de apoio surpreendente.
— Esses dias, botei uma foto bebendo uma cerveja, falando que deu tudo errado naquele dia, que estava pensando em desistir. Recebi mais de 200 mensagens — diz ela, surpresa.
No momento, a empreendedora está finalizando os trâmites para aluguel do imóvel e começa a comprar alguns móveis e equipamentos, amontoados no escritório de arquitetura do marido enquanto não fecha negócio com o locatário.
Com o ponto garantido, ela calcula que levará uns dois meses para abrir o restaurante. A expectativa é de ter o negócio funcionando até o final do ano.