A massa de ar frio que chega ao Rio Grande do Sul entre esta terça (27) e a quarta-feira (28) desafia as autoridades a acolher a população em situação de rua. Para a prefeitura de Porto Alegre, um novo problema precisa ser superado: oferecido como abrigo, com intuito de aumentar em cem o número de vagas na rede de assistência, o Gigantinho não tem luz, mantém instalações hidráulicas deficitárias e precisa da colocação de chuveiros.
Somado às precárias condições do local, ainda há vagas em albergues e pousadas conveniadas, o que torna "improvável" a ocupação do ginásio já na próxima noite, segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Léo Voigt.
— É uma estrutura quase que abandonada. Nos outros locais temos condições muito melhores. Vamos ocupar o Gigantinho somente se as vagas da rede forem ocupadas — define.
Ao todo, o município oferece 1,8 mil vagas — 93% estão ocupadas, restando 140 vagas antes de se partir para o plano B, como é considerada a quadra do Sport Club Internacional.
O Gigantinho estará à disposição da população em situação de rua a partir das 19h. Faltando 12 horas para a abertura, não foi permitido acesso da imprensa ao local — uma visita do prefeito Sebastião Melo às instalações ocorrerá ao meio-dia, com possibilidade de registro por repórteres e profissionais de imagem.
Até domingo (1º), haverá oferta de café, almoço e janta no ginásio. Nesse período, também haverá reforço das equipes de abordagem de rua da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). São 125 pessoas, divididas em 12 grupos, orientando quem vaga pela cidade a procurar acolhimento. A oferta do Gigantinho também está entre as informações repassadas a essa população. Rondas na madrugada serão incluídas no itinerário, com o mesmo objetivo.
A previsão do tempo indica variação de 1°C a 3°C na temperatura mínima até sexta-feira (30), de acordo com o meteorologista do Grupo RBS, Cléo Kuhn. Não é descartada a possibilidade de os termômetros chegarem a 0°C, como ocorreu na terceira semana de julho.
Quem cruzar por alguém que necessite de ajuda, pode acionar a prefeitura pelo telefone 156, opção 7, ou procurar agentes da Guarda Municipal, Brigada Militar ou EPTC.
O que diz o Inter
A comunicação social do clube foi questionada sobre a falta dos itens citados pelo Executivo. Em nota, o Inter admitiu os problemas, afirmando que "o ginásio não é um hotel ou moradia", mas disse que havia energia elétrica. As reformas necessárias não estão em andamento, "já que a tendência é que passe por forte remodelação", complementa a resposta.
O clube afirma ainda que "a prefeitura tem conhecimento da situação em que o Gigantinho se encontra", e que "a nós, do Inter, cabe, neste momento, estender a mão e ser parceiro dessa iniciativa da administração municipal".
Confira a nota na íntegra:
"Sem dúvida, são necessários ajustes para que o local receba pessoas para dormir, uma vez que o ginásio não é um hotel ou moradia.
O Internacional, inclusive, está avaliando com a iniciativa privada a exploração do Gigantinho.
Sendo assim, a maioria das reformas não está sendo realizada, já que a tendência é que passe por forte remodelação.
A prefeitura tem conhecimento da situação que o Gigantinho se encontra. A nós, do Inter, cabe, nesse momento, estender a mão e ser parceiros dessa iniciativa da administração municipal. "