Chama a atenção as imagens do que restou do prédio da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) que pegou fogo. Partes da cobertura e de paredes desabaram em razão da força das chamas. A Avenida Castelo Branco, por exemplo, nos fundos do local, chegou a ser interditada totalmente em razão do risco de desabamento. Por essa via, é possível ver o outro lado que fica na Voluntários da Pátria, em razão, justamente, de paredes terem caído e vidros terem estourado. Mas por precaução, nenhum trabalho com os entulhos está sendo realizado com emprego de máquinas.
— Isso pode abalar as estruturas. Temos paredes praticamente soltas, presas em apenas uma das partes. Caso seja feita movimentação de carga, a estrutura pode vir a ceder — alertou a diretora do Departamento de Obras da Secretaria Estadual de Obras e Habitação, Caroline Rigon Benedetti. Ela afirma que não está autorizada pela Secretaria a retirada de entulhos por meio de maquinário.
Caroline diz que equipes da pasta fizeram uma vistoria e verificaram que o trânsito naquele trecho da Castelo Branco poderia ser liberado, sem risco aos motoristas.
— Neste momento não há risco de desabamento. Isso pode mudar em minutos. Mas agora não há risco — destaca a Caroline, numa referência à liberação do trânsito em meia pista.
Essa equipe da Secretaria de Obras assessora os bombeiros que fazem o resgate, dando informações técnicas sobre o que sobrou da edificação e onde podem ingressar sem maiores riscos.
— Nossa principal preocupação no momento é a questão dos dois colegas servidores do Estado que ingressaram na edificação em chamas e infelizmente não retornaram — diz a diretora.
Caroline conta que a equipe, ao vistoriar o local, apontou onde podem estar os bombeiros desaparecidos. Diz que a previsão é de que as buscas como estão sendo feitas durem três dias.
— Toda a inspeção neste momento é manual e visual — relata.
Caroline explica que neste momento é feito o resfriamento da edificação que ficou pegando fogo por cerca de oito horas. A fumaça que ainda sai não é de focos de incêndio, mas da água entrando em contato com a estrutura de concreto armado que está quente.
Demolição
A arquiteta relata que o governo do Estado está trabalhando em algumas técnicas de demolição que possam ser utilizadas no prédio, mas não adiantou quais. Diz que a equipe de engenheiros da Secretaria de Obras está elaborando nota técnica sobre o episódio e as condições atuais da edificação e terreno. Segundo ela, a partir dessas informações serão tomadas as decisões sobre o destino do que sobrou do edifício da SSP.
— Estamos pensando em algo que tenha o menor impacto possível de logística na estrutura viária. A gente não quer deixar vias interditadas por tanto tempo.
Ainda não há prazo para demolição.