O governo do RS já manifestou a intenção de demolir o que sobrou do prédio que abrigava a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) o mais rápido possível. A afirmação foi do vice-governador e titular da SSP, Ranolfo Vieira Junior. Especialistas ouvidos por GZH afirmam que para se optar entre implosão e demolição convencional, com uso de máquinas e operários, será preciso avaliar a estrutura que sobrou.
Em qualquer hipótese, trata-se de um trabalho altamente especializado — ainda mais se tratando de implosão, com uso de explosivos nos pilares —, que demandará a contratação de uma empresa com experiência e estrutura. Segundo o coordenador do curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da PUCRS, professor Felipe Brasil Viegas, cada opção tem suas vantagens e riscos.
Enquanto a implosão é mais rápida, a demolição convencional de baixo para cima, com máquinas e operários é mais lenta. Entretanto, a preparação para o uso de explosivos envolve um estudo e um cadastramento de todo o entorno, sem contar os protocolos para as explosões.
— No momento da implosão, seria necessário interromper, por exemplo, o trânsito na Castello Branco, o trensurb, estabelecer um perímetro de distância. É uma interferência grande na redondeza. Acontece que, para se colocar os explosivos nos pilares, se precisa de gente trabalhando lá dentro, por algumas horas, e fazendo furos. Se o prédio está comprometido, não se tem segurança para isso — afirma.
Também por isso, o engenheiro Fernando Martins, diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS), projeta que a opção escolhida deve ser a convencional.
— Como houve queda de parte do prédio, não tenho uma estrutura geometricamente distribuída para calcular bem o uso de explosivos. Fica mais difícil ter o controle do que sobrou do prédio. Também não se sabe em quais condições está cada elemento da estrutura de suporte, como pilares e vigas, depois do incêndio — afirma o engenheiro, que é membro da Sociedade Americana de Engenheiros Civis.
Ele aposta que a solução tradicional se torne mais simples. Em algumas áreas do edifício, com análise técnica, se poderia fazer algum escoramento de baixo para cima, com o trabalho de demolição de cima para baixo.