Uma das cerca de 50 pessoas que caíram na água após deque do Restaurante Marina das Flores desabar, o empresário Rodrigo Barone, 46 anos, conta que, pouco antes de ceder, a estrutura balançava bastante.
Devido ao acidente, ao menos oito pessoas precisaram de atendimento médico. Uma delas, que teria passado um tempo submersa na água após o desabamento, acabou morrendo. Ana Elisa Andrade Genaro Oliveira, de 26 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória e chegou a ser encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas não resistiu.
— Pouco antes das oito da noite eu cheguei a comentar, devido ao balanço que o deque tinha, que estava balançando demais. Eu cheguei a dizer: daqui a pouco a gente vai estar dançando aqui na água. Menos de cinco minutos depois, o deque caiu em três estágios —recorda Barone.
O empresário estava num dos extremos do deque e chegou a cair na água, mas conseguiu sair e ajudar quem estava no buraco.
— Eu acabei caindo no buraco e ficando com uma perna molhada. Não cheguei a me machucar, nem perdi nada. Tive alguns momentos de dificuldade de poder sair, porque as pessoas, no desespero, começavam a puxar umas as outras para ter onde se agarrar. Mantive a calma, consegui me desvencilhar para conseguir sair e poder ajudar as pessoas a saírem também — conta o empresário, acrescentando que havia aglomeração no deque:
— Estava bem desagradável a questão do frio. Acho que isso deve ter contribuído bastante para vir a ruir o deque. Porque, instintivamente, as pessoas começaram a se aproximar umas das outras para se aquecerem — relata.
O empresário disse ainda que para entrar na festa era preciso ingresso, e que todos teriam sido vendidos. Ele não soube informar, no entanto, a quantidade de pessoas que estavam no local.
Conforme nota da prefeitura de Porto Alegre, o bar não tinha alvará e, portanto, não poderia estar em funcionamento. O local fica dentro de um complexo chamado Marina das Flores, que opera também como local para guarda de barcos e motos aquáticas.