Algumas ruas e avenidas de Porto Alegre voltaram a amanhecer com lixo acumulado nas calçadas. O volume é menor que o registrado ontem, mas ainda chama a atenção e atrapalha os moradores. O serviço de coleta domiciliar foi interrompido pelos trabalhadores da empresa responsável pelo serviço em razão de questionamentos acerca de falta de férias e do não pagamento do benefício na última terça-feira (8). A chamada coleta automatizada, dos contêineres, não foi afetada e segue funcionando normalmente.
Ontem, em decisão publicada em edição extra do Diário Oficial do Município, a prefeitura de Porto Alegre divulgou a suspensão cautelar do contrato com a B.A Meio Ambiente, responsável pela coleta de lixo da cidade. Conforme a Procuradoria-Geral do Município (PGM), o objetivo da suspensão é averiguar a situação contratual dos trabalhadores.
No bairro Sarandi, na zona norte da Capital, havia sacolas de lixo na calçada da Rua Xavier de Carvalho, próximo da Avenida Assis Brasil; no canteiro central na Avenida Toledo Piza e na Zeferino Dias, próximo do arroio Sarandi. No bairro Rubem Berta, Leopoldina e Passo D'Areia também foram flagradas sacolas de lixo em calçadas e penduradas em árvores.
Há relatos de atraso na coleta dos resíduos em outros pontos da Capital, como na Avenida Anita Garibaldi e na Zona Sul.
O DMLU afirma ter recolhido 70% do lixo diário produzido nessa quarta-feira (9) e o restante deve ser coletado nos próximos dias. Para atender os 38 bairros e vilas impactados com a interrupção da coleta, a prefeitura utiliza 47 caminhões-caçamba sendo 33 das seções operacionais do DMLU, dez da Divisão de Conservação de Vias Urbanas (DCVU) da SMSUrb e as demais de outras parcerias. Também será utilizado um compactador da Cootravipa. Mais de 165 pessoas compõem a força-tarefa.
O que diz o DMLU:
A força-tarefa da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), completou 70% das rotas da coleta domiciliar noturna na madrugada desta quinta-feira (10). No turno do dia será feita toda coleta dos resíduos da quinta-feira e também do passivo da última terça-feira (8). O restante será recolhido gradativamente nos próximos dias.
Os serviços de coleta domiciliar (orgânicos e rejeitos) sofreram alterações devido a paralisação das atividades dos trabalhadores da B.A. Meio Ambiente. Para atender as comunidades afetadas, a prefeitura organizou uma força-tarefa. A coleta está sendo feita com 47 caminhões-caçamba, sendo 33 do DMLU, dez da Divisão de Conservação de Vias Urbanas da SMSUrb e os demais da prefeitura, além de mais 30 veículos de outras parceiras. No total, 77 veículos prestam apoio.
O DMLU alerta ainda que parte dos resíduos identificados na rua são focos crônicos de descarte irregular. Dados do DMLU em 2020 indicam a existência de 423 focos crônicos de lixo na cidade. O Departamento coleta em torno de 350 toneladas/dia de resíduos descartados de forma errada nas ruas, calçadas, praças e parques.
Paralisação de atividades: Os trabalhadores da empresa B.A. Meio Ambiente paralisaram as atividades na noite desta terça-feira, 8. Eles reclamam do não pagamento de benefícios, como férias, por parte da empresa. Não há débitos por parte do DMLU. A prefeitura suspendeu o contrato com a empresa B.A. Meio Ambiente Ltda na noite de quarta-feira (9). A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) A empresa tem 15 dias para apresentar a defesa.