Cerca de 30 servidores do Hospital Porto Alegre (HPA), no bairro Cidade Baixa, protestam na manhã desta quinta-feira (27) por causa de salários atrasados. Eles bloqueiam o trânsito na Rua Dr. Sebastião Leão, em frente à instituição, em períodos intercalados - em média, a circulação dos automóveis é interrompida a cada cinco minutos, e a via permanece fechada por aproximadamente um minuto.
Os manifestantes usam faixas prometendo greve e um banner com a frase “pedágio dos trabalhadores do HPA”.
Conforme os manifestantes, parte dos vencimentos de março estão em atraso. O contracheque de abril também não foi quitado, e a categoria reclama ainda do atraso da folha de maio, além de parte das férias.
– O pai da minha filha e a minha irmã dão uma força, se não, não teria como sobreviver - conta Vera Castro, 58 anos, há mais de uma década na higienização do hospital.
Com um chapéu em mãos, Vera pedia dinheiro a motoristas que paravam no protesto. Os valores arrecadados serão divididos entre os colegas. Uma nota de R$ 20, outra de R$ 5 e uma de R$ 2 haviam sido deixadas até as 9h.
A direção admite a falta de pagamentos. O hospital é mantido pela Associação dos Funcionários Municipais de Porto Alegre (AFMPA). O presidente, João Paulo Galvez Machado, reconhece que os atrasos são “absurdos”, termo usado por ele próprio. Afirma que a instituição enfrente crise financeira há mais de cinco anos, e que espera a entrada de recursos dos convênios atendidos nos próximos dias.
– Queremos pagar, mas eu dependo da entrada do dinheiro. Não é nem questão de horas, é no exato momento, só o dinheiro chegar que a gente paga - promete.
Segundo o gestor, ainda nesta semana deve haver aporte para colocar em dia o salário de março. Com expectativa de novos recursos até a semana que vem, uma parcela de abril também pode ser depositada aos servidores.
– O problema é que, até receber, a gente não tem nem como comer. Não queremos aumento, queremos só o nosso salário - rebate o segurança Adriano Correa Ribeiro, 44 anos.