Com a chegada de um lote de 318,2 mil doses da CoronaVac ao Estado na manhã desta quarta-feira (17), aumenta a expectativa por definições sobre divisão e entrega dos imunizantes aos municípios gaúchos. O número de doses que cada região vai receber e para qual finalidade serão usadas (ampliação da imunização ou segunda dose) será feita em uma reunião nesta tarde.
Na Capital, segundo o coordenador da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, a expectativa é de que aproximadamente 50 mil vacinas contra a covid-19 sejam recebidas.
— Se todas forem destinadas à primeira dose, poderíamos imunizar um maior número de pessoas, daria para chegar às pessoas de 70 anos. Mas ainda não temos essa definição — explicou Ritter em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta quarta-feira (17).
O grande desafio da prefeitura, na opinião dele, é a pouca quantidade de vacinas recebida, principalmente quando levado em conta o número de pessoas encaixadas em determinadas faixas etárias. Os idosos com mais de 75 anos, cuja imunização começou nesta quarta-feira em Porto Alegre, representam o grupo de número 10 na escada de vacinação, e são um total de 6,7 mil pessoas. Já o próximo grupo a ser vacinado, entre 70 e 74 anos, tem 56 mil participantes. Na faixa entre 65 a 69 anos, se encaixam 73 mil idosos, enquanto outros 86 mil pessoas têm entre 60 e 64 anos.
— O grande problema é que recebemos "pingadas" as doses, e isso, claro, vai gerar um acúmulo de pessoas para se vacinar. Nós estamos nos organizando, fazendo levantamentos, ranqueando os grupos, mas isso só se organiza mesmo chegando doses — disse Ritter.
Ao todo, conforme o coordenador, 138 mil pessoas já receberam a primeira dose do imunizante na Capital, e outras 66 mil receberam a segunda. Ele afirma que o município vem seguindo o regramento de aplicação estabelecido no Estado, ou seja, as vacinas já têm destinação "carimbada":
— Temos também tomado todos os cuidados de, nos locais de vacinação, separar o que é primeira e segunda dose, para ter a garantia de quem tomou a primeira vai tomar a segunda.
Sobre a prioridade para ser vacinado, Ritter reforça que o município segue as diretrizes estabelecidas pelo governo federal. No caso dos trabalhadores de saúde, definidos como grupo prioritário, houve aumento no número de doses necessárias. Isso porque, com o maior número de internações verificado na Capital nas últimas semanas, mais profissionais da área passaram a ser requisitados. Um salto de 82 para 114 mil profissionais foi verificado pela prefeitura no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, que é atualizado diretamente pelas instituições.
— Aumentou o número de pessoas envolvidas, inclusive profissionais liberais que dão apoio para o serviço público — afirmou o coordenador.
Para se ter uma ideia, os trabalhadores da educação (ensino básico de instituições públicas e privadas) fazem parte do grupo de número 19 na escala de imunização. Antes deles, serão vacinadas pessoas com comorbidades (número que representa mais de 190 mil moradores de Porto Alegre), assim como pessoas com deficiência e moradores de rua. Mais tarde, vão receber a vacina trabalhadores do ensino superior (grupo 20), profissionais das forças de segurança e salvamento (grupo 21), membros das Forças Armadas (grupo 22), trabalhadores do transporte coletivo (grupo 23) assim por diante.
— Vale lembrar que não pode passar um grupo à frente do outro. O que será possível, após a conclusão dos 29 grupos, é acrescentarmos quem acharmos epideologicamente necessário, por meio de estudos e pesquisas — concluiu Ritter.