Envolvido em uma polêmica que tomou as redes sociais no final de semana passado (27 e 28), o empresário Hugo Moser, da rede Hugo Beauty, apresenta uma versão oposta a da empresária Elisandra Rhoden, responsável pelo salão Meia Hora.
Enquanto Elisandra argumenta que o seu salão estava aberto apenas para o pagamento dos profissionais e para dar satisfação aos clientes, Hugo relata ter comparecido ao local depois de ele mesmo, em nome de uma funcionária, ter agendado um horário. Em meio às restrições de bandeira preta em razão da aceleração da pandemia de covid-19, salões de beleza não podem abrir.
– Eu soube que alguns salões estavam abertos. Então pedi a uma funcionária que ligasse para lá e tentasse agendar um horário para aquele mesmo dia para ela. Quando ela conseguiu, resolvi ir até lá porque não acreditei em tamanha irresponsabilidade – conta.
Conforme o empresário, o print da tela do celular com a confirmação do atendimento já está em posse da Polícia Civil, bem como relatos que ele teria recebido de vizinhos de que o salão havia passado o dia funcionando normalmente. Hugo prestou depoimento em condição de testemunha à 8ª Delegacia da Polícia Civil de Porto Alegre, no bairro Rio Branco.
Após ligar para o Meia Hora, a funcionária de Hugo teria recebido às 12h40min a confirmação de “mãos e pés” para as 13h. A mensagem fez com que o empresário se dirigisse ao salão na avenida Dr. Nilo Peçanha, no bairro Boa Vista, para cobrar explicações:
– O salão estava aberto, tinha gente entrando e saindo. Pedi para falar com o gerente, eles me falaram que estavam atendendo só pessoas que já estavam agendadas. Mas não é possível isso. Eu também tinha clientes agendados, a minha agenda é de três, quatro meses. Saí indignado.
Os vídeos que circularam nas redes sociais seriam posteriores a isso, quando Hugo teria saído e ligado para a Brigada Militar. Quando retornou ao Meia Hora, foi recepcionado por Elisandra e uma outra pessoa que filmava tudo. Deu-se, então, a discussão que viralizou.
– Ela foi homofóbica, desrespeitando a mim, a minha mulher e a todo o setor (da beleza). Ouvir uma série de ofensas a esses profissionais me indignou, simplesmente. Ao mesmo tempo, é incalculável a quantidade de mensagens de solidariedade que eu recebi depois dessa baixaria toda – relata.
De acordo com o empresário, a rede Hugo Beauty emprega 200 profissionais da beleza e outros 100 de apoio em outras funções. Eles estão parados em respeito à bandeira preta.
– Tenho consciência de que fechar os salões é um desafio enorme, porque além do negócio como um todo, muitas famílias dependem disso. Mas eu acredito que abrir de forma clandestina, além de ilegal, é desrespeitoso com a sociedade. Pode não concordar (com o fechamento em bandeira preta), mas tem que respeitar. Porque se não fizer, em vez de uma semana, vão ser 15 dias, depois um mês e assim a coisa vai se perpetuar.