Correção: o novo presidente da Carris falou em "reorganizar" a empresa, e não "renegociar", como publicado entre 10h02min de 1º de fevereiro e 11h20min de 2 de fevereiro. O texto foi corrigido.
Novo presidente da Carris, o advogado Mauricio Cunha falou nesta segunda-feira (1º), em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, sobre os desafios à frente da companhia. Ele, que tomou posse na última sexta-feira (29), assume em meio a um cenário de crise no transporte público e de discussões sobre privatização e os aportes da prefeitura à empresa.
No ano passado, o aporte à Carris foi de R$ 66 milhões, mais do que o triplo de 2019. Consultoria contratada pelo Executivo, ainda na gestão de Nelson Marchezan, em 2020, aponta que esse valor pode chegar a R$ 300 milhões até 2029 se nada for feito na companhia.
— Temos um estudo, que foi apresentado semana passada no Paço Municipal, que viu vantagem nos dois cenários: privatização ou manter a operação atual. Manter a atual, com aporte, não é possível. O prefeito já disse, e com razão. Não se pode mandar R$ 66 milhões para uma empresa pública faltando dinheiro na saúde e educação — avaliou o novo presidente.
Para Cunha, o desafio é "trabalhar sem esses aportes". O dirigente descartou também a ideia de liquidação da companhia.
— Não existe liquidação da Carris. Existe reorganizar a empresa.
Sem citar alternativas específicas, Cunha afirmou que a solução para o déficit da Carris depende também de mudanças em todo o sistema de ônibus da Capital, questão que já vem sendo discutida pelo secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Fernando Záchia, e pelo próprio prefeito Sebastião Melo.
— Temos hoje um sistema (de transporte) oneroso, que presta um serviço que está perdendo clientes. A Carris não está dentro de uma bolha — disse Cunha.
— A Carris não vai conseguir sair da crise sem que haja uma reorganização do sistema de transporte — completou.