Os ônibus da empresa Expresso Assur, que fazem as linhas dentro da cidade de Guaíba, não circulam nesta segunda-feira (11). Rodoviários protestavam em frente à garagem da empresa durante a manhã, devido ao atraso no pagamento dos salários e não pagamento do 13º.
Devido à manifestação, nenhum dos 106 funcionários trabalhou, além disso as 30 viagens que deveriam ter sido feitas nesta manhã não foram realizadas. O movimento iniciou na madrugada. Por volta das 8h, sete veículos saíram da garagem para ir até a frente da prefeitura, como parte do protesto.
O prefeito Marcelo Maranata (PDT) esteve na empresa e conversou com os rodoviários. Houve bate-boca com o presidente da entidade, Luís Carlos Veiga Martins, que cobrava uma solução. O prefeito explicou que ainda estava se inteirando da situação:
— Eu assumi semana passada. Não tenho secretariado definido e estou focado na saúde, mas vou me reunir com a empresa hoje.
Já o presidente da entidade afirma que a situação está insustentável.
— A cesta básica e os vales alimentação estão atrasado há um ano meio. Salário entra parcelado e o décimo terceiro ainda não foi pago. Teve reunião sexta-feira (8) passada e o perfeito não foi— diz Luís Carlos.
O prefeito não descarta adotar solução semelhante da de Canoas: para encerrar a paralisação dos rodoviários ligados a empresa Sogal a gestão municipal comprou passagem sociais e deu aporte para que a empresa quite os débitos, encerrando as manifestações que duraram 15 dias.
Os ônibus seguem estacionados em frente a prefeitura e não há previsão de quando o serviço será retomado.
O que diz a empresa
A Expresso Assur, que opera desde 2015 no município, alega falta de receita para o atraso nos pagamentos. O diretor Cristian Sisse afirma que o transporte clandestino e pandemia diminuíram muito o faturamento:
— Nossa única fonte de receita é a passagem paga pelo passageiro. Já vínhamos sofrendo com o (transporte) clandestino e, com a pandemia, piorou.
Sisse afirma ainda que até 31 de dezembro havia o aporte do governo federal, mas que, atualmente, a receita da empresa não cobre a folha de pagamento.
Às 18h, a empresa se reunirá com a prefeitura para tratar da paralisação.