Depois de quase seis anos em obras e cercada por expectativas, foi inaugurada parcialmente, na manhã desta quinta-feira (10), a nova ponte do Guaíba. Se mesmo para quem não é de Porto Alegre a imagem da imponente estrutura é familiar, o que poucos sabem é que o único vínculo com o manancial que abastece a Capital é o nome.
Situada no Delta do Jacuí, conjunto formado por 17 ilhas entre os rios Gravataí, dos Sinos, Jacuí e o Lago Guaíba, a ponte, na verdade, é uma travessia sobre canais. O trecho recém- inaugurado, mais precisamente, passa pelo Canal Humaitá (outras partes atravessam os canais do Chico Inglês, Três Rios e do Jacuí).
— É uma travessia sobre o Delta do Jacuí, que passa por três grandes ilhas: Humaitá, Ilha Grande dos Marinheiros e Ilha das Flores, e sobre quatro canais. O delta é um santuário ecológico, um lugar preciosíssimo — diz o professor da UFRGS e autor do Atlas Ambiental da Porto Alegre, Rualdo Menegat.
Em outro livro que recorda a história da ponte, o professor destaca a beleza da paisagem que se observa a partir da estrutura, de onde é possível avistar parte das ilhas que compõem a paisagem natural. Homenageado no nome da ponte, o Guaíba só começa quilômetros depois da travessia, nas proximidades da Usina do Gasômetro.
— Um delta se forma quando um rio encontra um corpo de água maior (no caso, o Lago Guaíba). (O nome) é fruto de um conjunto de erros cartográficos porque, no Rio Grande do Sul, não se consegue ver nada além de rios — brinca o professor, recordando que, no passado, o Guaíba era chamado de rio.
Uma das obras viárias mais importantes do RS, a nova ponte do Guaíba deve servir como travessia para 50 mil veículos por dia. Inicialmente, três acessos estão liberados. Os motoristas que vêm de Guaíba poderão acessar a freeway e rumar para o centro de Porto Alegre ou para o Litoral a partir de domingo (13). Quem trafega pela freeway em direção ao sul do Estado também poderá usar a nova ponte.