A 1ª Delegacia de Polícia Civil investigará as circunstâncias do afogamento da menina Tabata Barcelos Ferreira, de 10 anos, que aconteceu na tarde de segunda-feira (7) no trecho revitalizado da orla do Guaíba. A região é constantemente monitorada por câmeras da Guarda Municipal, conectadas também ao Centro Integrado de Comando de Porto Alegre.
Conforme testemunhas, por volta das 16h30min, Tabata e a irmã de 12 anos brincavam nas pedras banhadas pelo Guaíba em frente a uma pequena faixa de areia ao lado do restaurante panorâmico 360 POA Gastrobar vigiadas por um casal de adultos – mãe e padrasto – que estavam no gramado poucos metros atrás das pedras. Nos dois lados do restaurante há placas de “perigo” junto ao alerta de “águas poluídas e profundas” e “local impróprio para banho”.
Ainda segundo testemunhas, Tabata teria escorregado das pedras e submergido. O padrasto, com a ajuda de um ambulante que passava por ali, retirou a irmã dela do lago, mas eles não localizaram a outra menina. O corpo de Tabata foi encontrado pelos bombeiros às 17h50min pelo Corpo de Bombeiros. Conforme a polícia, a família é residente em Viamão.
— É um local traiçoeiro, porque bem ao lado fica um píer onde atracam navios com calados de metros de profundidade. As pessoas subestimam o perigo — declara o delegado Paulo César Jardim, da delegacia responsável pela investigação.
Conforme a Guarda Municipal, o movimento na Orla era tranquilo naquele momento. Embora o local seja monitorado remotamente, a câmera localizada em um poste metros à frente do restaurante fica girando e não teria flagrado o momento decisivo em que as meninas se distanciaram dos pais e ingressaram na água para brincar. Por isso, não teriam chamado a atenção dos agentes em vigília.
— Se as câmeras tivessem flagrado elas entrando na água, os agentes certamente se deslocariam até ali para fazer a abordagem. Mas as imagens só chamaram a atenção quando os adultos se movimentaram já desesperados atrás das meninas — relata o comandante da Guarda Municipal, Marcelo do Nascimento.
Conforme Nascimento, no verão há aumento nas abordagens de pessoas que insistem em entrar na água no Guaíba, acarretando intervenção dos agentes da Guarda. Porém, são raros os casos que chegam a afogamento. A maioria das ocorrências envolve moradores de rua ou pessoas fora das suas faculdades mentais normais.
As imagens coletadas na região na segunda-feira foram salvas e remetidas à Polícia Civil junto a um relatório de ocorrência da Guarda Municipal. Nos próximos dias, conforme o delegado Jardim, começarão os depoimentos para investigar se a tragédia poderia ter sido evitada.