A sessão para o depoimento do secretário de Saúde de Porto Alegre, Pablo Stürmer, como testemunha de defesa no processo de impeachment do prefeito Nelson Marchezan na Câmara Municipal foi suspensa na manhã desta segunda-feira (5). A medida ocorre após o não comparecimento de Stürmer na sessão, programado para ocorrer às 10h. O presidente da comissão processante, vereador Hamilton Sossmeier, encerrou a sessão cerca de uma hora e meia após a abertura dos trabalhos. No período em que aguardava o depoente, Sossmeier concedeu sucessivos prazos para o comparecimento de Stürmer.
Agora, a defesa do prefeito terá 24 horas para justificar a falta. Se não realizar esse procedimento, não será possível reagendar o depoimento de Stürmer, segundo a Câmara.
Procurada pela reportagem de GZH, a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Capital informou que Stürmer entrou em férias compulsórias nesta segunda-feira, definidas pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC), e que estaria em viagem com a família. O fato foi informado em ofício protocolado na Câmara Municipal às 16h25min da última sexta-feira (2), segundo a pasta.
"Atuando 24h por dia desde o início da pandemia, vai utilizar o período para recesso enquanto o adjunto, Natan Katz, assume as funções. O protocolo com a justificativa foi registrado na Câmara de Vereadores, de forma presencial, na sexta-feira, dia 2 de outubro de 2020, às 16h25min, sob a número 000000199", informou a SMS em nota.
No ofício, Stürmer se coloca à disposição a partir do dia 20 de outubro, no retorno das férias. O titular da Saúde em Porto Alegre é uma 10 testemunhas de defesa no processo, que deverão ser ouvidas nesta semana.
Logo no início da sessão das 14h, Sossmeier disse que tomou conhecimento sobre essa petição às 13h53min desta segunda-feira e que o requerimento está sendo analisado:
— Estamos analisando o requerimento publicado e publicaremos a reposta nos autos a essa solicitação dentro de 24 horas.
Para esta segunda-feira, estão programados mais dois depoimentos: do publicitário Fernando Silveira e da empresária Marta Rossi.
Para não perder a validade, o julgamento do prefeito em plenário precisa ocorrer até 9 de novembro. Para ser cassado e perder o mandato, Marchezan precisaria ter 24 votos favoráveis ao seu impedimento entre os 36 vereadores. No centro do processo de impeachment, está o gasto da administração em publicidade em Saúde.