O presidente do Sindicato das Agências de Propaganda no RS (Sinapro), Fernando Silveira, prestou depoimento, na tarde desta terça-feira (6), no processo de impeachment do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, como testemunha de defesa do prefeito.. A sessão começou às 17h, durou cerca de uma hora e foi realizada de forma remota.
O processo de impeachment foi aberto pelos vereadores da Capital em razão de gastos da prefeitura com publicidade em saúde durante a pandemia da covid-19, que, para os parlamentares, seriam inadequados — GZH teve acesso as peças, que podem ser conferidas neste link.
No depoimento, Silveira falou sobre a atividade publicitária e editais públicos. Segundo ele, quando são abertos editais, o sindicato acompanha o processo e atua para proteger as agências, para que os contratos firmados não sejam prejudiciais nem estejam abaixo do mínimo exigido como remuneração para as empresas. A entidade também desenvolve a guia de valores de custos para o trabalho das agências a nível regional.
Em relação as peças da prefeitura, que foram assistidas na sessão, Silveira avaliou que o material informativo sobre os cuidados em relação ao coronavírus é "adequado":
— Foi um edital extremamente disputado. Sempre existe questionamentos em todos os editais, ainda mais os importantes, como de uma Capital, mas ele ocorreu normalmente — afirmou.
Segundo o publicitário, o modelo de escolha usado pela prefeitura foi técnica, primeiramente, e preço, que ele avalia ser "uma seleção adequada".
Silveira também reforçou a importância do uso da publicidade por gestores públicos:
— É essencial. Primeiro pelas questões informativas, todo o governo precisa informar sua população. Fora isso, acho que faz todo o sentido que o governo e as empresas públicas tornem público, pela publicidade e pela propaganda, as suas posições e necessidades.
— Não tenho conhecimento de nenhum outro sindicato no país que teve problema relacionado a publicidade sobre a covid. Pelo contrário, vejo queixas de colegas de outros Sinapros por entenderem que seus governos deveriam comunicar mais — emendou.
Silveira destacou que, apesar de não ser exigência do estatuto da entidade, ele prefere não participar de editais públicos no Estado.
O depoimento com o publicitário estava previsto para a segunda, mas foi reagendado para esta terça em razão de problemas técnicos na apresentação de vídeos das peças publicitárias da prefeitura, que estão no centro do processo.