Os depoimentos de duas testemunhas de defesa, que ocorreriam nesta segunda-feira (5), no processo de impeachment do prefeito Nelson Marchezan foram adiados por problemas técnicos. Nesta tarde, seriam ouvidos o publicitário Fernando Silveira e a empresária Marta Rossi.
No total, três pessoas seriam ouvidas nesta segunda, começando pelo depoimento do secretário de Saúde de Porto Alegre, Pablo Stürmer, às 10h. No entanto, a sessão foi suspensa após o não comparecimento dele. Procurada, a assessoria da secretaria de Saúde da Capital informou que Stürmer entrou em férias compulsórias nesta segunda, definidas pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC), e que estaria em viagem com a família.
O fato foi protocolado na câmara na última sexta-feira (2), mas o presidente da Comissão, vereador Hamilton Sossmeier (PTB), afirmou que o grupo só foi comunicado nesta segunda, por volta das 14h. Segundo o vereador, o impasse está sendo analisado.
Depois, às 14h, ocorreria o depoimento do publicitário Fernando Silveira. A sessão foi transferida para terça-feira (6) em razão de problemas técnicos na apresentação de vídeos das peças publicitárias da prefeitura, que estão no centro do processo.
Vídeos não rodaram
No início do depoimento de Silveira, a Comissão tentou exibir os vídeos da campanha publicitária que faz parte do processo. A partir desse ponto, a sessão entrou em um impasse sobre a apresentação do conteúdo, pois alguns arquivos não reproduziam o som, apenas imagens. O presidente da Comissão, vereador Hamilton Sossmeier (PTB), sugeriu que, em razão dos problemas técnicos, a defesa escolhesse alguns vídeos. O advogado do prefeito, Roger Fischer, disse que a exibição de todos os vídeos era imprescindível.
Outro integrante do colegiado, o vereador Ramiro Rosário (PSDB) questionou se todos os vídeos estavam com áudio durante a análise do relator do caso, Alvoni Medina (Republicanos). Sossmeier indeferiu esse pedido em meio a protesto de Rosário, que defendia a importância dessa informação.
Sossmeier determinou diversas vezes a interrupção dos trabalhos para tentar resolver o impasse. Nesse meio tempo, o advogado do prefeito pediu a suspensão da sessão:
— Para que não se alegue posteriores nulidades, para que sequer se reconheça a nulidade nesse processo, transfira-se a oitiva dessa testemunha e veja se a técnica consegue então em um tempo hábil viabilizar acesso integral a áudio e vídeo. Seguramente, se isso for indeferido, será arguido problemas na defesa, cerceamento de defesa, porque é com base nessa campanha publicitária, insisto, que está baseado esse processo de impeachment — afirmou.
O pleito foi atendido pelo presidente da comissão, transferindo o depoimento para as 17h de terça-feira.
Problemas no áudio
Depois, a empresária Marta Rossi começou a ser ouvida, mas foram registrados problemas na chegada do áudio de Marta aos vereadores. O depoimento foi encerrado e uma nova data será estabelecida.
Para não perder a validade, o julgamento do prefeito em plenário precisa ocorrer até 9 de novembro.
— Claro que trabalhamos com um prazo limitado, mas ainda tempo um tempo razoável para concluirmos o trabalho — analisa Sossmeier.
Para ser cassado e perder o mandato, Marchezan precisaria ter 24 votos favoráveis ao seu impedimento entre os 36 vereadores. No centro do processo de impeachment, está o gasto da administração em publicidade em Saúde.