Restaurantes de Porto Alegre podem colocar em prática, já nesta quinta-feira (10), mais uma mudança no sistema de bufê. Em vez de ter um funcionário servindo, os clientes mesmo estão autorizados a montar seu prato, desde que usando luvas individuais oferecidas pelos estabelecimentos.
Na Cidade Baixa, o restaurante Via Imperatore já tinha se antecipado e adquirido as luvas de plástico descartáveis. Elas foram disponibilizadas no começo do bufê, perto dos pratos e talheres, junto com uma placa indicando a obrigatoriedade de usá-las e de estar com máscara.
Anderson Muniz de Menezes, gerente do restaurante, comemora a mudança que, para ele, vai trazer mais agilidade ao serviço:
— Para ser atendido, antes o cliente podia ficar de cinco a 10 minutos na fila. Agora vai ser mais rápido.
Para ele, essa medida também parece mais segura, uma vez que não precisa ocorrer o diálogo com o funcionário a poucos centímetros da comida.
A arquiteta Sabrina Correa, 31 anos, que há meses não saia para comer, por coincidência foi ao bufê no dia da mudança. Ela destaca que se sentiu segura durante todo o processo de se servir. O motorista Andrei Sartori, 42 anos, aprovou a novidade por um motivo bem prático:
— É melhor assim do que eles servindo, porque eu consigo pegar a porção certa. Às vezes, a gente quer menos arroz, mais feijão, e ficava difícil explicar a quantia exata.
O novo decreto da prefeitura de Porto Alegre mantém a possibilidade de ter um funcionário servindo a comida no bufê. No texto, fica destacada a necessidade de os clientes manterem dois metros um dos outros na fila — no restaurante da Cidade Baixa, essa distância fica delimitada com adesivos no chão — e ter um escudo de proteção em cima do bufê. O Via Imperatore pretende baixá-lo nesta semana, para oferecer proteção maior aos alimentos.
Já o Equilibrium Restaurante, no bairro Farroupilha, ainda está servindo apenas prato feito no local e trabalhando com tele-entrega. Mas se prepara para voltar a trabalhar com bufê a partir de outubro, fornecendo luvas para os clientes como prevê o último decreto.
— Acredito que deixa o cliente mais livre, pode ser um um incômodo ter alguém lhe servindo — destaca a gerente Daizy Loziane Paire.
Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel no RS), o novo decreto é um avanço significativo para o setor de alimentação fora do lar.
— Essa era uma demanda extremamente necessária para a sobrevivência do setor e felizmente fomos ouvidos e atendidos. Aos poucos vamos nos restabelecendo, recuperando nossa economia e alavancando o setor. É uma injeção de ânimo neste momento de retomada — celebra Maria Fernanda Tartoni, Presidente da Abrasel no RS.