A possibilidade de ver o maior prédio do Rio Grande do Sul sendo erguido ao lado do Estádio Beira-Rio não está mais próxima hoje do que estava há um ano, quando GaúchaZH revelou detalhes do projeto. É o próprio Sport Club Internacional que busca autorização para a construção do complexo no local — a ideia inclui uma torre com hotel e flat, outra de apartamentos e escritórios com até 130 metros de altura, galeria comercial, centro de eventos, marina e píer no Guaíba.
O assunto está parado na Câmara Municipal. A última atualização é de janeiro, quando o projeto de lei necessário se encontrava na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O presidente da comissão, vereador Cassio Trogildo, explica que a tramitação depende da realização de uma audiência pública, por se tratar de alteração no Plano Diretor. Ela chegou a ser marcada, mas foi cancelada em razão da pandemia de coronavírus.
O projeto encaminhado pela prefeitura visa a autorizar um empreendimento imobiliário entre o estádio e a Rua Fernando Lúcio da Costa (próximo à estátua de Fernandão) e permite "alienar as unidades a terceiros". É que a área foi doada há 62 anos ao Inter para "uma praça de esportes" — que se transformaria no Beira-Rio. Hoje, não há garantias de que o clube pode usar o espaço para outro fim.
Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Conselho do Plano Diretor entendeu que esse projeto precisa ser apreciado antes da aprovação do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) na prefeitura.
A intenção de destinar a área onde hoje tem um estacionamento a céu aberto ao chamado Complexo Beira-Rio tem, como explicou no ano passado o vice-presidente do Inter, Alexandre Chaves Barcellos, dois objetivos: colaborar para o desenvolvimento de Porto Alegre e gerar receita para clube.
Com as autorizações alcançadas, o Inter pretende chamar as principais construtoras do país para apresentarem propostas e, então, adotar um sistema de permuta, recebendo uma porcentagem por área construída.
Ele ressaltou, porém, que se trata de "uma questão muito incipiente". GaúchaZH contatou Chaves Barcellos novamente, e ele relatou não haver novidades sobre o assunto.