A inspiração para o projeto veio dos charmosos pocket parks de Nova York, miniparques com áreas verdes e quedas d'água que funcionam como espaço de descanso no meio da metrópole. Em Porto Alegre, um decreto publicado na noite de sexta-feira (10) cria os chamados "terrários urbanos".
A ideia é transformar pequenas áreas públicas de até 500 metros quadrados em espaços sustentáveis de lazer, convivência e contato com a natureza, mas com a presença de serviços e comércios, cujos empreendedores se tornariam responsáveis pela instalação, conservação e manutenção dos espaços.
A prefeitura calcula que há cerca de 300 sobras de terreno em áreas públicas da cidade que poderiam ser ativados dessa forma. Um espaço piloto será lançado na Avenida Coronel Lucas de Oliveira, na altura em que faz a curva com a Avenida Neusa Goulart Brizola. A ideia inicial era lançar o edital do piloto junto com o decreto, mas foi adiado em razão da pandemia de covid-19. Os espaços serão concedidos por meio de concorrências públicas, como ocorre com espaços como bancas de revistas.
- O Poder Público permitirá o uso do espaço, que será de livre acesso da população. Em contrapartida, o permissionário arcará com os custos de manutenção do espaço - explica o titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams), Germano Bremm.
Conforme o decreto, os terrários urbanos deverão contemplar medidas de sustentabilidade, como a utilização de materiais ecológicos, plantio de flora nativa do Estado, reuso da água, utilização de formas alternativas de energia e medidas que visem à redução de calor, como paredes e telhados verdes.
O projeto foi idealizado pela arquiteta Natércia Domingos e faz parte do Pacto Alegre, iniciativa em parceria do poder público com Unisinos, UFRGS, PUCRS, entidades e iniciativa privada para tornar a capital gaúcha referência em inovação e qualidade de vida. Para estudar a viabilidade do projeto no mercado, servidores da Smams foram capacitados gratuitamente pela empresa IXL Center Consultoria.