A Defesa Civil municipal registra 42 pontos de acúmulos de água por conta da chuva que cai em Porto Alegre desde a madrugada desta terça-feira (7). O dado foi atualizado a madrugada desta quarta-feira (8) (confira a lista com os bloqueios no fim desta reportagem).
As zonas Norte e Sul são as mais afetadas, em função das cheias de arroios que cortam os bairros. A Defesa Civil calcula que somente nesta terça-feira o volume de chuva deve passar dos 105 milímetros, 86% da média histórica de todo o mês de julho, conforme o 8º Distrito de Meteorologia.
O órgão vem realizando diversos atendimentos em Porto Alegre. Uma situação, na Rua Coronel Massot, na Zona Sul, é avaliada com mais atenção e existe a possibilidade de que ocorra a remoção dos moradores caso o volume de chuva siga alto.
O diretor-geral da Defesa Civil da Capital, coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, afirma que a situação já era esperada, em função da passagem do ciclone extratropical.
— Estamos tendo uma chuva diferente, sem temporais até agora, mas com um grande volume em um curto espaço de tempo. Já tínhamos previsto essa situação que deve amenizar ao longo da madrugada, mas ainda teremos reflexos na manhã desta quarta-feira (8) — explicou o coronel.
Cristiane Nunes Martins, que mora na Rua Arroio Grande, no bairro Cavalhada, é uma das pessoas afetadas pela chuva. Ela conta que a água alagou a via e que viu vizinhos sendo retirados de suas casas pelo bombeiros.
— Aqui em casa, a água já entrou em uma parte da sala, falta pouco para se espalhar pela cozinha. Em uns 40 anos que moro aqui, já tinha visto chuvas fortes, que inundaram o pátio, mas não de entrar em casa assim. Faz umas duas horas que os bombeiros estão aqui, estão usando botes para tirar as pessoas de casa — afirmou ela.
Na Otto Niemeyer, o sentido que vai para o Centro está totalmente bloqueado. Também na Otto, entre a Cavalhada e a Rua Gramado, há duas quadras totalmente embaixo da água, com veículos boiando na madrugada desta quarta-feira (8). Um morador da Rua Gramado teve o muro da casa destruído por conta da forte chuva. Os bombeiros tiveram de retirá-lo da residência com ajuda de um barco.
Por volta das 4h, os bombeiros realizavam o corte de uma árvore que caiu na Coronel Neves, perto do Estádio Olímpico. Também teve a queda de uma árvore na Casemiro de Abreu com a Ramiro Marcelo, onde a pista está parcialmente bloqueada na madrugada desta quarta-feira.
A CEEE Distribuição foi acionada pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros para atuar na rua em que mora Cristiane, na esquina com a Otto Niemeyer. Em função de risco de choque elétrico devido à enchente, a concessionária precisou desligar um alimentador para uma equipe poder entrar na área e desligar os transformadores. Foram impactados 4,2 mil clientes de parte dos bairros Camaquã, Cavalhada, Nonoai e Tristeza.
Na madrugada desta quarta-feira, a EPTC registrava 16 pontos de bloqueio total da pista
- Tramandaí
- Aparício Borges com a Pedro Boticário
- Barão do Gravataí com Múcio Teixeira
- Dona Sebastiana, Onze de Agosto, 25 de julho e São Salvador, todas entre a Assis Brasil e Sertório
- Santa Flora, 1.382
- Orleaes, 70
- Guaíba, 12.060
- Zeferino Dias
- Juca Batista
- Gedeon Leite
- Retiro da Ponta Grossa, 300
- Otto Niemeyer com Cavalhada e Vicente Monteggia
- Benjamim Moresco
Colaboraram Tiago Guedes e Karine Dalla Valle
