Representantes de escolas privadas de educação infantil realizaram uma carreata na manhã desta segunda-feira (25), pedindo o retorno das atividades em Porto Alegre. Cerca de 20 carros saíram da Usina do Gasômetro e foram até a prefeitura, onde um grupo já aguardava.
Com marcações no chão para evitar aglomerações, usando máscaras e segurando cartazes, representantes de 50 instituições tentavam entregar uma carta ao prefeito. Além disso, uma caixa de som foi instalada e diretores se revezavam ao microfone.
As escolas privadas de educação infantil estão fechadas desde o dia 19 de março devido à pandemia de coronavírus. No entanto, os líderes do protesto alegam que, como algumas atividades comerciais retornaram e outras essenciais sequer pararam, os pais não têm com quem deixar os filhos.
— Não queremos uma volta total. É um retorno parcial, seguindo todos os protocolos de segurança — diz Gabriela Bueno, diretora da escola Crescendo Feliz que atende 50 crianças no Jardim Vila Nova.
A manifestação foi organizada por WhatsApp pelos diretores e não conta com apoio de nenhuma entidade de classe. Inclusive, o Sindicato Intermunicipal dos Estabelecimentos de Educação Infantil do Estado do Rio Grande do Sul (Sindicreches), que representa as creches do RS, menos as de Caxias do Sul, prefere aguardar a liberação por parte do governo estadual e das prefeituras.
— Nós estamos cientes deste movimento, mas acreditamos que ele busca acelerar a abertura e preferimos esperar as orientações dos governos — disse a vice-presidente da entidade, Talina Romano.
A carta protocolada junto a prefeitura justifica a reabertura das escolas e sugere protocolos de higiene que serão seguidos pelos educadores. Além disso, mostra preocupação com as cuidadoras informais de crianças que não seguem os cuidados necessários.
Por nota, a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (Smed) afirma que recebeu nos últimos dias as demandas das escolas privadas, mas a retomada das atividades nas escolas de educação infantil, sejam elas públicas ou privadas, dependerá da avaliação das autoridades de saúde. Concluiu dizendo que a demanda será analisada como tem sido feito em relação a todos os outros setores.
Confira a nota da SMED
"A prefeitura recebeu nos últimos dias as demandas das direções e da vereadora Claudia Araújo pela reabertura das escolas de educação infantil. As diretoras conversaram com o secretário de Relações Institucionais, Christian Lemos, e a vereadora também conversou com o secretário Lemos e ainda com o secretário Extraordinário de Enfrentamento ao coronavírus, Bruno Miragem. A retomada das atividades nas escolas de educação infantil, sejam elas públicas ou privadas, dependerá da avaliação das autoridades de saúde. As decisões do governo municipal são sempre embasadas em dados técnicos e científicos, que irão nortear a reabertura das instituições de ensino. A demanda será analisada como tem sido feito em relação a todos os outros setores."