Prefeituras de regiões que melhoraram de situação pelo sistema de bandeiras do distanciamento controlado adotado no Rio Grande do Sul apontam melhorias como ampliação da testagem e reforço na oferta de leitos entre as razões para terem conseguido reduzir o nível de alerta em relação à pandemia de covid-19 neste sábado (23).
Na terceira rodada semanal do modelo que atribui diferentes graus de risco às áreas do Estado conforme o avanço da pandemia e a capacidade de atendimento, três regiões mudaram da cor laranja (risco médio) para amarela (baixo): as de Uruguaiana, de Santa Cruz do Sul e de Capão da Canoa. Embora as zonas sejam batizadas com o nome do município de referência, as bandeiras são atribuídas a todo o conjunto de cidades do entorno.
Entre a principais prefeituras de cada local, algumas medidas contribuíram para a melhoria nos índices. Secretária da Saúde de Uruguaiana, Lilian Stumm afirma que a cidade ampliou a aplicação de testes nas últimas semanas e já chega a quase 2 mil exames realizados.
— Com isso, podemos identificar doentes, monitorar as pessoas com quem eles tiveram contato e ter um maior controle — afirma Lilian.
Ela destaca que a região já registrou óbitos, mas o município que dá nome à zona de monitoramento ainda não.
O titular da saúde em Santa Cruz do Sul, Régis de Oliveira Júnior, afirma que a município recentemente dobrou o número de leitos de UTI e chegou a 20 vagas — o que resulta em um indicador mais favorável na ferramenta de análise desenvolvida pelo Piratini.
— Ao longo da semana, também tivemos redução no número de casos — afirma Oliveira.
Conforme o governo estadual, a região de Capão da Canoa registrou melhora porque o número de casos confirmados de síndrome respiratória nos últimos 14 dias foi menor ou igual a cinco, além de ter reduzido a quantidade de óbitos em relação à população e contar com uma maior disponibilidade de leitos de UTI.
—Essa mudança tem a ver com o momento que estamos vivendo, de práticas efetivas dos órgãos públicos e de conscientização da população — comentou o prefeito Amauri Germano.
As prefeituras ainda não anunciam novas flexibilizações em razão da mudança de bandeira. Em Capão da Canoa, uma reunião com um comitê técnico irá definir a manutenção ou não das atuais medidas.
— Vamos avaliar os casos de flexibilização na segunda (25) ou terça-feira (26), todo o cenário de flexibilizações e restrições que já fizemos. Também queremos estimar o que o Governo do Estado investiu em Capão e na região, em termos de quantidade e qualidade e se isso trouxe mais tranquilidade para tornar mais flexíveis algumas atividades — complementou Germano.
Em Uruguaiana, Lilian afirma que o comércio já vinha funcionando, e poderá ser discutida a adoção de regras menos rígidas em relação a bares e música ao vivo, por exemplo. Mas isso ainda será analisado.
— Mas a ideia é não modificar muito. A mudança deste sábado é uma sinalização de que a coisa está indo bem — diz a secretária.
Em Santa Cruz, na véspera a prefeitura havia liberado a reabertura de igrejas e templos. Mas novas medidas só serão eventualmente implementadas após discussões realizadas pelo gabinete de emergência montado pela prefeitura com representantes de diversos setores do município.
— Não podemos relaxar agora. As pessoas precisam continuar com o mesmo envolvimento em relação às medidas de prevenção para mantermos a bandeira amarela, que é nossa nova meta — sustenta Oliveira.