A museóloga e historiadora do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, Angela Pomatti é a entrevistada do Live GZH desta segunda-feira (4). Em conversa com o comunicador Leandro Staudt, Angela contou como Porto Alegre já viveu e superou outras epidemais como cólera, varíola, gripe espanhola e tuberculose.
A primeira doença abordada foi o cólera, que matou cerca de 10% da população, 1700 pessoas de Porto Alegre. Esses números ocorreram em apenas dois meses de surto na cidade.A epidemia chegou ao Brasil pelo Belém do Pará por imigrantes portugueses.
A varíola, mesmo com uma vacina já existente, foi responsável por um surto na cidade em 1874. A doença, erradicada hoje no mundo inteiro, deixava uma marca muito visível e estigmatizada. Com uma população de cerca de 18 mil pessoas, Porto Alegre teve em torno de 4 mil imunizados. A taxa de mortalidade foi bem menor que menor que o cólera, 1% de taxa de morte da população. Angela ainda mostrou na live como era a a vacina e o objeto de esterilização da época.
Em 1918 foi a vez da chegada daa gripe espanhola em solo gaúcho. A historiadora conta que devido as orientações médicas de tomar chá de limão e canja de galinha, houve uma corrida pelos mercados pelos produtos, o que levou o governo a taxar os preços dos produtos. Estima-se que 70 mil pessoas que tiveram contato com a doença e 1340 pessoas morreram da gripe em Porto Alegre. Na época, a cidade tinha cinco instituições de saúde que atuavam e todas elas foram utilizadas no combate a gripe espanhola.
Perguntada pelo Leandro Staudt qual o legado que uma epidemia deixa na cidade, Angela ressaltou a importância dos cuidados básicos.
- O principal legado da gripe é o cuidado com a prevenção e higiene. Hábitos muito simples como lavar as mãos, e cuidados ao tossir são coisas muito importantes.