Parte de um prédio desabou na Avenida Protásio Alves, no bairro Petrópolis, por volta das 9h30min desta quinta-feira (30). A estrutura, que pertence a uma clínica odontológica, teria sido afetada por uma obra na construção vizinha, segundo os bombeiros. Ninguém ficou ferido.
Cinco pessoas foram resgatadas do local. O trânsito foi totalmente bloqueado no sentido Centro-bairro, entre as ruas Heretiano Rocha e Curvello.
Anderson Ribeiro de Almeida, 40 anos, estava sendo atendido na sala ao lado da área atingida quando ouviu um estrondo. Com o desabamento, foi uma das três pessoas que ficaram presas no segundo pavimento e tiveram de ser resgatadas pela janela.
— Foi um susto grande. Nascemos de novo — conta.
Segundo um dos proprietários da clínica odontológica, que soube do acidente pela Rádio Gaúcha, o desabamento atingiu uma sala onde eram realizados procedimentos cirúrgicos. Ele diz que o empreendimento em construção no terreno ao lado havia afetado outro prédio no ano passado, quando foram demolidas outras casas do entorno.
— No ano passado, começaram a demolir algumas residências. A que faz divisa com a clínica ficou inacabada. A gente ficou muito preocupado, em diversos momentos, fizemos vídeos, fotos, entramos em contato com eles. Agora vamos ver o que vai suceder — disse César Dal Pizzol.
O caso foi registrado na 8ª Delegacia de Polícia. Um inquérito deve apurar as causas do acidente. Segundo Ricardo Ely, diretor da construtora Rotta Ely, no momento do desabamento, estava sendo executado o chamado "corte" do terreno, quando parte da terra é retirada por uma máquina para demarcar a área a ser escavada. Ele diz que a obra, iniciada há cerca de 15 dias, conta com todas as licenças técnicas necessárias, e que a empresa está irá prestar o "suporte necessário" ao imóvel afetado.
— Estávamos cavando a 60 centímetros, seguindo projetos de estrutura, contenção e escavação. Todos alicerçados em normas técnicas. Estou, mais do que ninguém, interessado em saber as causas do desmoronamento.
No local, deverá ser erguido um prédio residencial de 13 pavimentos, com dois andares de subsolo — a escavação realizada nesta quinta-feira era para a construção da estrutura subterrânea. Sobre as reclamações prévias de barulho relatadas pelos funcionários da clínica odontológica, Ely disse acreditar que, na ocasião, estavam relacionadas a procedimentos normais da obra.
— A gente sabe que, na infraestrutura, toda obra faz barulho. Não tem como ser diferente. Temos que obedecer os horários legais de trabalho. Os operadores de máquinas são funcionários de empresas de renome no mercado, fazem isso há anos e seguem regras criteriosas — afirmou.
