O calor mais ameno da manhã deste domingo (12) convidou os porto-alegrenses a saírem de casa. E para alguns, o destino foi uma festa já tradicional da cidade. Chegando à 29ª edição, a festa da Uva e da Ameixa reúne produtores e membros da Associação Comunitária Belém Velho (Ascobev), bairro onde o evento é realizado.
Atualmente, a festa ocorre nas dependências do CTG Estância da Figueira, na comunidade berço da Ascobev. Porém, antes do espaço nativista, a exposição das frutas colhidas em fazendas da Zona Sul era realizada na praça Nossa Senhora de Belém. Há quatro anos, migrou para o CTG. E, apesar de estar em sua 29ª edição – a frequência anual existe há 16 anos –, a festa ainda luta para ser mais divulgada.
Conversando com quem chega ao local, o relato sobre a descoberta do evento quase sempre é o mesmo: por meio de jornais ou da TV. No local, não há sinalizações que indicam o evento. Assim, somente os olhos mais atentos veem a única faixa da festa, que fica estendida na parte de fora do CTG.
Honrando o nome, o Estância da Figueira é abraçado pela imensa sombra da árvore que dá nome ao local. Isso facilita a permanência dos visitantes no pátio, ponto onde estão os estandes de frutas.
Além das titulares do evento – uva e ameixa –, é possível encontrar frutas como melancia, melão, morango orgânico e pêssego, e variedades coloniais como mel, queijo e cucas de sabores distintos. E ainda há espaço para estandes de trabalhos artesanais de acessórios e decoração, além de flores, como hortênsias.
Expectativa
Durante a manhã de domingo, a reportagem circulou pelo local. Conforme os produtores, o movimento no primeiro final de semana já superava as expectativas antes mesmo de o domingo terminar. A festa começou no sábado (11) e seguiu no domingo (12).
Mas o evento ainda não terminou: no próximo final de semana, nos dias 18 e 19, as variedades estarão disponíveis ao público mais uma vez.
Antes do início da festa, houve a abertura da colheita, no dia 7 de janeiro. Desta data até o primeiro final de semana de feira, foram colhidas cerca de 100 toneladas de uva e 100 toneladas de ameixa. O cultivo na Zona Sul, em boa parte, é feito por famílias tradicionais do cenário do frutífero da Capital. Anfitriã da abertura da colheita, a família Balestrin, por exemplo, administra a propriedade desde 1896. Para Marco Balestrin, 50 anos, participar da exposição é seguir com uma tradição da família.
– Cheguei a trabalhar fora da chácara, mas voltei para o cultivo – diz Marco, que já foi topógrafo.
Para o produtor Tiago Bertacco, 26 anos, desde o início das atividades o movimento está surpreendendo positivamente. Em seu estande, além de uva e ameixa, o agricultor também oferece pêssego e melancia.
– A divulgação na mídia ajuda o evento, começa aparecer mais gente. Esperamos que o próximo final de semana também seja positivo – projeta Tiago.
Oferta variada e de qualidade
Ontem, a clientela era, em sua maioria, de casais ou famílias. O funcionário público aposentado José Cecílio da Cunha, 66 anos, e a bordadeira Jurema Aresto da Cunha, 61 anos, vieram do bairro Tristeza. O casal soube da festa pela RBSTV.
– Conhecíamos também por já ser um evento tradicional da cidade. Embora pequena, é uma festa boa, que vale a pena pelo preço e pela qualidade dos produtos, que podemos adquirir diretamente dos produtores – elogia Jurema.
Para a professora Eliane Fayh, 54 anos, moradora de Cachoeirinha, o único ponto que deixou a desejar foi a sinalização da região onde ocorre a festividade.
– Só tem placa da festa aqui na frente, mesmo. É a primeira vez que venho e, até o momento, está sendo uma experiência boa – apontou Eliane.
Como chegar
/// O CTG Estância da Figueira fica na Rua Doutor Vergara, 5.345, bairro Belém Velho.
/// As linhas 284, 284.3 (Belém/São Francisco) e 286 (Barra/UFRGS) passam pela região.