A mãe de Brenda Gabriele Vargas Carrales, que morreu atropelada na segunda-feira (13), prestou depoimento à Polícia nesta sexta-feira (17). Cátia Silene Vargas Moreira, 42 anos, está internada no hospital Independência, em Porto Alegre, com as duas pernas quebradas. A filha Brenda, 19 anos, morreu no local. Ela foi arremessada a uma distância de 39 metros do ponto onde as duas foram atingidas.
Segundo um inspetor da Delegacia de Homicídios de Trânsito, Cátia afirmou que as duas "não viram carro algum" no momento em que cruzaram a Aparício Borges. "Quando fomos atravessar, o carro estava em cima de nós e não tivemos tempo para reação alguma", diz o depoimento.
O delegado Luís Firmino, responsável pelo caso, destacou ainda que a mãe ainda lembrou das últimas palavras da filha: "olha o carro". "Ela flutuou (para) longe de mim", ressaltou a vítima.
Testemunhas relataram que, após o atropelamento, Cátia tentou se levantar para socorrer a filha, mas as fraturas nas pernas a impediram. As duas estavam felizes e empolgadas porque haviam recém saído de uma escola da região, onde Brenda havia se matriculado para o próximo ano letivo.
Firmino disse que o depoimento dela será anexado ao inquérito, assim como imagens de câmeras de segurança, mas ainda aguarda resultados periciais para prever um prazo de conclusão.
O crime apurado é o de homicídio culposo, sem intenção, mas com agravantes pelo fato de o motorista ter fugido sem prestar socorro. A apuração vai levar em conta a alta velocidade do veículo, calculada em torno de 90 km/h por uma perícia inicial — o próprio condutor teria admitido, segundo a polícia, que trafegava com rapidez semelhante. Ainda segundo a perícia, mãe e filha atravessaram a via fora da faixa de segurança e com o sinal vermelho para pedestres.