Quem ignorou o tempo nublado em Porto Alegre neste final de semana e decidiu ir até a orla do Guaíba encontrou o local com policiamento reforçado – medida tomada após o assassinato de um adolescente em uma briga no último domingo – e movimento abaixo da média.
Ao circular pelo local às 18h deste domingo (6), GaúchaZH encontrou três viaturas da Brigada Militar, três carros e um micro ônibus da Guarda Municipal posicionados em pontos estratégicos, além de diversos policiais circulando a pé ou usando motos e bicicletas. Do outro lado da rua, na Praça do Aeromóvel, seis PMs também reforçavam a segurança no local.
— Nós estamos integrados com a Polícia Civil, Brigada Militar e Guarda Municipal para dar a população essa sensação de que ali está sendo policiado. Nós aumentamos o remédio contra essas pessoas que pretendem achar que é fácil cometer algum delito ali, aumentando a dificuldade. A orla nunca esteve desprotegida, pelo contrário — declarou o Secretário Municipal de Segurança Pública, Rafão Oliveira.
O gráfico Vinícius Gomes, que costuma frequentar o local, também percebeu um aumento no policiamento neste final de semana. Sobre o movimento baixo, ele acredita que ocorreu pelo tempo ruim na Capital.
— Hoje tem menos gente, mas acho que, por causa do tempo, não pelo acontecido (o assassinato). Se tivesse tempo bom, tava lotado de novo — opinou.
Além do policiamento, GaúchaZH ainda notou a ausência de ambulantes na orla, que costumam ocupar as calçadas na Avenida Edvaldo Pereira Paiva. O único encontrado, o vendedor de pipoca Rubens Silveira, explicou que a ausência dos colegas por causa de um evento em outro ponto da Capital e pelo mau tempo.
Questionado sobre a segurança, o pipoqueiro elogiou o trabalho dos policiais durante o dia, mas disse desconhecer a situação à noite.
— Durante o período que a gente tá aqui é 100%. No período da noite, depois das 20h30min, não saberia dizer mais nada, porque nenhum ambulante cadastrado fica aqui — disse Silveira, que trabalha há oito anos no mesmo ponto.
Às 18h30min, uma jovem foi encontrada desacordada, sozinha e sem documentos, em um banco. Ela inicialmente foi atendida por policiais, que acionaram o Samu. Ao chegar na Orla, a ambulância precisou realizar um primeiro atendimento em outro ponto, onde outro jovem estava passando mal. Em seguida, socorreu a mulher, que ainda estava inconsciente.
Quando escureceu, uma mudança de público começou a ser percebida. Saíam as pessoas que praticavam esportes ou tomavam chimarrão, e chegavam jovens carregando sacolas com o que chamaram de kit, composto por vodca, energético e gelo. O policiamento continuava por lá.
– Os pais têm que fiscalizar. Muitos estão levando de casa, em suas mochilas, os kits com vodca, ki-suco. São crianças em estado alcoólico, e muitas vezes com anuência dos pais. A polícia vai ter que cuidar, agora, com a falta de estrutura familiar – disse o secretário de segurança, Rafão Oliveira.