— A gente vai pulando aqui e ali para não precisar passar perto do buraco.
É assim que a dona de casa aposentada Rinelda Mafalda Tonet, 75 anos, diz que passa pela calçada para entrar no seu pátio depois que uma cratera se formou no passeio, no Acesso José da Silva Bernardo, bairro Jardim Sabará, em Porto Alegre.
De acordo com a aposentada, que mora sozinha, o buraco existe há seis meses. Ela conta que só percebeu que algo estava errado quando um pedreiro que contratou avisou que a calçada estava oca. De acordo com ele, uma galeria de esgoto se quebrou e fez o calçamento afundar.
— O pedreiro bateu com uma madeira e falou para mim que havia uma cratera abaixo da calçada. Logo após isso, o concreto cedeu e o buraco se abriu — explica Rinelda.
Desde que a cratera apareceu, a dona de casa afirma que já fez vários protocolos junto ao Dmae na esperança de que a situação se resolva, pois ela teme que o rompimento torne-se maior. Um dos protocolos recebeu o retorno de que o buraco seria fechado no dia 7 de outubro, porém, nenhuma equipe foi até o local.
Sem uma solução por parte das autoridades, Rinelda procura meios próprios para contornar o problema. Ela explica que colocava uma tábua por cima do buraco para que ninguém caísse, mas, de acordo com a dona de casa, a madeira foi furtada. Após isso, uma sacola azul amarrada em outra tábua foi inserida na beirada da cratera — forma encontrada por Rinelda para sinalizar o perigo daquela parte da calçada a quem passa pela rua.
Sujeira
Além de tudo isso, a aposentada se incomoda muito com a quantidade de lixo que o buraco acumula todos os dias:
— Em todas as manhãs, eu vejo que tem sujeira ali dentro. Eu limpo, mas, no outro dia, já tem de novo. É uma situação chata.
Rinelda explica que se sente frustrada com toda essa situação, pois o buraco está aumentando cada vez mais e já está se abrindo em direção à frente da casa da vizinha, atrapalhando na hora de estacionar o carro na garagem.
— Eu estou desapontada. A gente paga muitos impostos, que são caros, mas quando precisamos de ajuda do poder público, ninguém resolve.
Tubulação pluvial terá de ser substituída
Em nota, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) informou que uma vistoria foi feita no local no dia 21 de outubro. Após análise, a equipe constatou que havia a necessidade de substituição de parte dos canos pluviais da calçada em frente à casa de Rinelda. Ainda de acordo com órgão, a demora no atendimento foi causada pela incorporação do antigo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) pelo Dmae, em maio deste ano.
A nova seção está fazendo o possível para atender os casos pendentes do DEP e do Dmae de forma simultânea. Além disso, o departamento garantiu que a demanda da dona de casa deverá ser atendida no início de novembro.