Cerca de 600 pessoas lotaram o Auditório Dante Barone na noite desta segunda-feira (30), em Porto Alegre, para acompanhar uma nova audiência pública sobre o projeto da Mina Guaíba, promovido, desta vez, pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa. O processo de licenciamento da maior mina de carvão do Brasil, planejada para ocupar uma área de 4,5 mil hectares (cerca de 120 vezes o Parque da Redenção) entre Eldorado do Sul e Charqueadas, na Região Metropolitana, gera divergências entre a empresa responsável, a gaúcha Copelmi Mineração, e ambientalistas.
– O objetivo é sanar dúvidas quanto ao empreendimento e levar ao conhecimento da população mais informações sobre a Mina Guaíba – explica a deputada Zilá Breitenbach, presidente da comissão.
O deputado estadual Gabriel Souza (MDB) defendeu que muita gente segue tendo a mentalidade do carvão de décadas de 1930 e 1940 e que hoje se trata de uma "fonte de energia firme".
– Não acredito que um Estado como esse não queira receber um investimento de milhões de dólares.
Já a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) rebateu afirmando que "não existe nada mais atrasado do que defender termelétrica e carvão mineral".
– É um verdadeiro absurdo, é um crime. Ficaria a 1,5 quilômetros do Delta do Jacuí.
Promotora do Meio Ambiente de Porto Alegre, Ana Maria Moreira Marchesan lembrou que o Ministério Público tem um inquérito civil desde 2016 sobre possíveis impactos ambientais e que o projeto ainda não teve licenças expedidas pela Fepam.