Realista diante dos resultados positivos divulgados na terça-feira (24), que mostraram o primeiro lucro em sete anos, a presidente da Carris, Helen Machado, não deixa de pensar a longo prazo sobre a saúde financeira da empresa. Nesta quarta (25), em entrevista ao Gaúcha Atualidade, ela comentou o trabalho realizado ao longo dos dois anos e meio no cargo e enfatizou: a melhora nas contas ainda não garante o futuro da companhia.
— A empresa ainda não está saudável. Esse resultado é um resultado representativo, mas ainda não vai garantir o futuro da empresa — afirmou, ressaltando que "qualquer negócio, seja público ou privado, precisa se auto sustentar".
Em agosto, a Carris conseguiu fechar as contas com saldo positivo de R$ 124 mil — significa que a empresa pagou todas as obrigações do mês e ainda sobrou dinheiro. A última vez que isso havia acontecido foi em agosto de 2012.
Segundo Helen, no ano passado, na comparação com 2016, houve redução de R$ 9 milhões em gastos com folha de pessoal, R$ 4,4 milhões com indenizações trabalhistas e cíveis, R$ 3,2 milhões com redução de impostos e R$ 2,6 milhões em pagamentos a fornecedores, graças a revisões de contratos, entre outras medidas.
Um dos desafios, contudo, segue sendo a queda no número de passageiros, que vêm abrindo mão de andar de ônibus por questões que vão desde insegurança à falta de conforto, passando pela concorrência com os aplicativos de transporte. De acordo com Helen, a expectativa da empresa era de uma queda de 3%, mas o percentual chegou a 8%.
O déficit da Carris — que transporta diariamente cerca de 140 mil passageiros — tem sido reduzido gradativamente nos últimos anos. Em 2016 era de R$ 74 milhões. No ano seguinte, caiu para R$ 43 milhões. Em 2018 fechou em R$ 19 milhões.
Para este ano, a direção da empresa pretende diminuir ainda mais o número, mas não divulgou nenhuma estimativa por enquanto. A ideia, segundo Helen, é acabar com o déficit da companhia até o final de 2020.
— A busca pelo lucro tem sido nosso acordar e dormir dentro da Carris.