Da caixinha de leite e das latinhas que iam parar no lixo, ou dos restos dos tecidos da indústria têxtil, surgem bolsas, nécessaires, brincos e outros acessórios que podem ser usados pelos próprios criadores ou revendidos para futuros clientes. Dentro das próprias comunidades em que vivem, alunas de várias regiões do Estado têm a oportunidade de aprender por meio de oficinas sobre sustentabilidade, artesanato e renda.
Este ciclo faz parte do programa Sesc Envolva-se, que procura educar organizações e pessoas por meio dos princípios da sustentabilidade para a geração de trabalho e renda. Conforme a assistente social que acompanha o projeto, Michele Corrêa, a ideia é usar o artesanato de forma recreativa e também como porta para um futuro ofício. Para isso, a entidade firma parcerias com empresas que fornecem os materiais.
As peças são levadas para 110 entidades sociais que abrem as portas para a qualificação dos moradores. Assim como vem ocorrendo com as mães e professoras das crianças atendidas Associação dos Moradores da Vila Figueira, no bairro Santa Tereza, na Capital.
O grupo utiliza uma sala da Escola de Educação Infantil Tio Zé para aprender como confeccionar uma bolsa clutch (bolsa pequena) e brincos com material reciclável. A mesma experiência está ocorrendo com mulheres da Associação Horta Comunitária (Hocouno), do bairro Mathias Velho, em Canoas, e da Associação dos Moradores da Vila Nossa Senhora da Esperança (Amovesp), no Belém Velho, em Porto Alegre.
Durante todo o ano, da matéria-prima fornecida pelas empresas ainda surgem tapetes, almofadas, jogos americanos e ecobags, entre outros produtos.
Engajamento
A oficineira Niciane Fonseca já foi aluna do curso de corte e costura oferecido pelo programa e, hoje, atua como professora, multiplicando o conhecimento. Essa também é uma possibilidade de crescimento para as alunas. Segundo Nici, um atrativo das oficinas é a possibilidade de se trabalhar com material barato e alcançar bons lucros. Como tudo que é usado é reciclado, a margem de lucro é de quase 100%.
Juliana Marculan, 28 anos, é educadora e pretende utilizar as técnicas aprendidas com os alunos em sala de aula.
Leia também
Projeto Passarte recebe doação de 12 toneladas de materiais de papelaria
Moedas depositadas em fonte de área comercial estão espalhando solidariedade por Canoas
Mulheres empreendedoras da Restinga formam grupo para fortalecer negócios e mudar imagem do bairro
— É bem interessante, pois a gente pode usar o que tem em casa para gerar renda — explicou.
A empregada doméstica Cristiane Lobato, 42 anos, moradora do bairro Santa Tereza, diz que pretender presentear amigos e familiares com as próprias produções.
— É uma atividade boa porque ajuda a sair da rotina, além de estar tirando a sujeira do meio ambiente — completou.
O Envolva-se ainda oferece certificado e a possibilidade de expor os produtos nas feiras organizadas pelo Sesc. Há, também, uma Vitrine Virtual no site do programa, onde há fotos, contatos e informações das artesãs.
Acompanhe a iniciativa
- Site: www.sesc-rs.com.br/acaosocial/envolvase/
- Facebook: facebook.com/sesccomunidade/
- E-mail: envolva-se@sesc-rs.com.br