Encantada desde 2015, quando a então Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) elaborou um projeto prévio e prometeu a publicação de um edital de licitação — o que nunca ocorreu —, a revitalização da via mais famosa de Porto Alegre voltou à pauta da prefeitura. O Executivo contratou neste mês uma empresa para elaborar o projeto executivo para melhorias na Rua dos Andradas, no trecho entre as ruas General Câmara e Marechal Floriano Peixoto, com valor aproximado de R$ 117 mil.
A Encop Engenharia Ltda deve projetar também a reurbanização do chamado Quadrilátero Central, área que abrange trechos da Avenida Borges de Medeiros e das ruas Vigário José Inácio, Doutor Flores, General Vitorino e Marechal Floriano Peixoto. A previsão é de que as duas obras, que devem ser custeadas com financiamento da Corporação Andina de Fomento (CAF), sejam licitadas no primeiro trimestre de 2020.
Além de melhorar a circulação na região central, deixando as vias mais seguras e acessíveis, as intervenções têm como objetivo aumentar o potencial turístico do Centro Histórico, como um prolongamento da bem-sucedida experiência da Orla Moacyr Scliar. As mudanças preveem o alargamento e qualificação de passeios e do mobiliário urbano, a implantação de redutores de velocidade, além da melhoria da iluminação pública e de um sistema de videomonitoramento.
— Queremos devolver ao Centro o status de ponto turístico que tinha no passado. Torná-lo mais agradável, seguro e acessível, aumentando as atrações turísticas, comercial e de serviços — disse o secretário interino de Infraestrutura e Mobilidade, Marcelo Gazen.
Áreas de grande circulação de pedestres ao longo do dia, os pontos escolhidos para a reurbanização são hoje marcados pela degradação dos passeios. Para direcionar as intervenções de acordo com a necessidade de cada trecho, a prefeitura traçou uma série de diretrizes a serem seguidas nos projetos — o Executivo não deu detalhes sobre os critérios adotados para determinar as necessidades de cada via.
Na Rua da Praia, o projeto básico de 2015 — que, segundo a Smim, passou por alterações — mostrava a rua dividida em três conjuntos, com uma faixa central em basalto, mais larga, e duas faixas laterais estreitas em concreto — e o calçadão nas extremidades. À época, a revitalização do trecho de 305 metros foi orçada em R$ 10 milhões.
Além da Rua dos Andradas e de um trecho da Rua Vigário José Inácio, a Rua Uruguai, onde hoje circulam veículos, também deve se tornar uma via preferencial de pedestres. Todos os cruzamentos do Quadrilátero Central, uma área com cerca de 30 mil metros quadrados, serão nivelados (com rua e calçada na mesma altura) e devem ter a velocidade de tráfego reduzida, de forma a tornar mais segura a circulação a pé. O custo do projeto executivo para o quadrilátero foi de R$ 360 mil.
Segundo a Smim, o tempo de execução das obras deve ser determinado após a conclusão dos projetos executivos. O objetivo da prefeitura é começar a obra no ano que vem. A pasta diz que os recursos da CAF devem entrar à medida que os trabalhos forem executados.