O anúncio do fechamento da centenária loja Botinha da Zona, na Avenida da Azenha, não só desencadeou o lamento de clientes como mexeu com a memória de antigos frequentadores do estabelecimento criado em 1919 e administrado por Waldemar Bronzatto desde 1954.
A loja na região central de Porto Alegre deve ter as atividades encerradas em 31 de maio, por decisão do proprietário.
— Eu escolhi sair por cima, sem dever um centavo para ninguém: para funcionário, fornecedor ou para o poder público — contou na terça-feira (14) o empresário de 87 anos.
Após a notícia ser compartilhada no Facebook de GaúchaZH, a ex-funcionária Salete Bernardo fez questão de elogiar a personalidade de Bronzatto, descrito por ela como "guerreiro" e "honesto".
"Sinto muito orgulho de ter trabalhado com o senhor. És um grande amigo, pai. Sinto muita saudade do tempo em que trabalhávamos com o senhor e com dona Mercedes", escreveu.
Veio da Botinha da Zona o primeiro calçado de muitos porto-alegrenses, como Dayane Petry. No Instagram de GaúchaZH, ela postou:
"Minha mãe sempre comprou ali. Uma pena (o fechamento), mas fez história. O primeiro calçado da minha filha foi ali que comprei. De geração em geração".
Pedro Paulo Peres lembrou de um clássico dos anos 1970 e 1980.
"Ali na Botinha, comprei meu primeiro Kichute", relatou.
Na seção de comentários da reportagem publicada na terça-feira, Paulo Ricardo Dias contou "das tardes agradáveis ouvindo histórias:
"Sou representante e a coisa que eu mais curtia era ir no senhor Waldermar oferecer minhas marcas", escreveu, lembrando que não faltava "as balinhas de bananas".