A secretária de Desenvolvimento Social e Esporte de Porto Alegre, Comandante Nádia, afirmou, em entrevista coletiva neste sábado (11), que "morador de rua não tem o direito de ter cadeira, cama, mesa, banho, tudo na rua". A declaração foi dada após a secretária ser questionada sobre qual seria a postura do Executivo em relação a moradores de rua que pretendem frequentar o Restaurante Popular sem ingressar em programas assistenciais do poder público.
— Morar na rua significa com a sua roupa e a sua mochila — acrescentou.
A chefe da pasta chamou atenção para programas da prefeitura, como o que auxilia moradores de rua que pretendem retornar ao município de origem e o aluguel social. A secretária destacou que o governo não vai aceitar integrantes desse grupo vulnerável que não querem ajuda habitando lugares de circulação pública:
— Nós não vamos admitir uma cidade, uma praça que esteja cheia de morador de rua. É um lugar público e as pessoas não podem levar seus filhos, seus pets. Não têm condições de caminhar nem em uma calçada, porque uma pessoa se acha no direito de morar na rua.
A secretária disse que existe orçamento para auxiliar essas pessoas, mas que parte do público alvo não quer participar dos programas.
— Eu tenho R$ 1,8 milhão para investir em morador de rua que quer entrar no Mais Dignidade. Nós estamos oferecendo a oportunidade. Nós precisamos que essa pessoa também queira ou se adapte ao novo olhar de não assistencialismo barato, mas sim um assistencialismo que promova a independência das pessoas.
A secretária participou de coletiva onde foi apresentada uma alternativa temporária, mas somente para moradores de rua, ao fechamento do Restaurante Popular, efetivado na última quinta-feira (9). Para quem vive na rua, será montada uma estrutura no Ginásio Tesourinha, no bairro Menino Deus. Dentro de uma carreta com 18 metros de extensão, estacionada próximo do prédio, serão produzidas as refeições.