Com mais de cem registros de dengue, Porto Alegre confirmou nesta semana o primeiro tipo grave da doença. A moradora do bairro Santa Rosa de Lima está internada na UTI do Hospital Cristo Redentor.
Segundo o médico Benjamin Roitman, da Vigilância em Saúde da Capital, a mulher procurou a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) na quarta-feira (24) relatando dor abdominal forte. Ela fez exames que indicaram alterações graves, como, por exemplo, na contagem de plaquetas, o que indicava um alto risco de hemorragia. No mesmo dia, ela fez exames que confirmaram dengue.
— Fazemos exames em um próprio laboratório da prefeitura, e isso está sendo muito importante no diagnóstico rápido para darmos o encaminhamento necessário — afirma.
A mulher está consciente e não necessita da ajuda de aparelhos para respirar, mas foi colocada na UTI para que os médicos possam observar mais atentamente seu estado. Ela não tinha registro de problemas de saúde.
O caso se refere ao que antigamente era chamado de dengue hemorrágica, quadro em que o paciente apresenta, de fato, sangramento. Atualmente, a Organização Mundial de Saúde prevê três estágios na classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave — este o último o caso registrado na Capital.
A dengue grave manifesta-se principalmente em pessoas que já haviam contraído um dos vírus da doença e, depois de um tempo, contraem outro tipo — a segunda contaminação costuma ter sintomas mais agravados. Segundo a Vigilância em Saúde, no entanto, a mulher internada no Cristo Redentor nunca havia contraído dengue e, por isso, o caso grave é tratado como uma manifestação específica da doença no corpo.
Mais de 200 casos no RS
O número de casos confirmados de dengue chega a 217 no Rio Grande do Sul. Deste total, 162 são autóctones, ou seja, contraídos dentro do Estado.
Somente em Porto Alegre, são 109 confirmações de dengue neste ano, sendo 101 autóctones — 93 de moradores do bairro Santa Rosa de Lima, na zona norte da cidade.
Os sintomas da dengue incluem febre alta, dor no corpo, dor articular, dor de cabeça e dor atrás dos olhos, além de manchas pelo corpo em alguns casos. O método mais eficaz para evitar a contaminação é impedir a circulação do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença. Ele se prolifera através de focos de água parada, onde deposita seus ovos. Algumas medidas podem ser tomadas para evitar a reprodução do mosquito:
- Tampar caixas d'água, tonéis e latões.
- Guardar garrafas vazias viradas para baixo.
- Guardar pneus sob abrigos.
- Não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia.
- Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises.
- Manter lixeiras fechadas.
- Manter piscinas tratadas o ano inteiro.