O edital que vai definir a nova gestora de dois hospitais e unidades de saúde de Canoas, na Região Metropolitana, deve ser publicado até julho deste ano. A previsão inicial era de que a concorrência fosse lançada ainda em março. A prefeitura, porém, decidiu olhar a situação com mais cautela após problemas registrados com o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp). A organização saiu da administração de diversas unidades de saúde da cidade depois de ser alvo de operação do Ministério Público Estadual (MP-RS) em dezembro de 2018.
De acordo com o secretário de saúde de Canoas, Fernando Ritter, equipes de consultoria do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, sugeriram que, antes do lançamento do edital, uma auditoria minuciosa seja concluída para determinar o rombo financeiro nas contas. Ele afirma que a nova gestora das unidades não será responsabilizada pelo pagamento de dívidas anteriores.
— A auditoria financeira vai mostrar o tamanho do problema para a empresa que assumir, o tamanho da dívida que tem dentro do hospital. Não vamos responsabilizar a nova empresa do pagamento das dívidas. A ideia é, antes de concluir o edital, chamar os fornecedores, prestadores de serviço e as pessoas para quem estamos devendo para negociar — explica Ritter.
A auditoria, segundo o secretário, está prevista para ser concluída em 120 dias, mas o prazo poderá ser antecipado, dependendo do andamento dos trabalhos. Assim que essas pendências forem resolvidas, o edital será lançado.
A empresa que ganhar a concorrência será responsável pelos hospitais Universitário (HU) e de Pronto Socorro (HPSC), além de duas unidades de pronto atendimento (UPA) e três centros de atenção psicossocial (Caps). As unidades foram assumidas pela prefeitura de Canoas após a operação do MP que resultou na prisão de dirigentes da Gamp e escancarou a precariedade no sistema de saúde da cidade.
Desde então, cerca de 20 profissionais do Sírio Libanês e do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, estão auxiliando os setores de logística, compras e recursos humanos, além da elaboração do edital. Até setembro, uma nova empresa deve estar no comando das instituições.
— Temos que ter a tranquilidade de fazer um edital sério, responsável, que tenha um processo de fiscalização definido. É melhor segurar um pouco, terminar a auditoria, para contratar uma empresa que tenha mais credibilidade — finalizou o secretário.