Após confusão na madrugada anterior na Rua da República, na Cidade Baixa, em Porto Alegre, a Brigada Militar (BM) organizou operação para acompanhar de perto a movimentação de grupos que resolveram beber nas calçadas do bairro na noite de segunda-feira (4). Até as 2h desta terça-feira (5), não houve registro de novos incidentes.
Ao longo da Rua da República, viaturas da BM foram espalhadas enquanto policiais orientavam o público a permanecer nas calçadas ou em bares, sem invadir a via. Aos frequentadores também foi pedido para que equipamentos de som fossem desligados após as 22h.
— A ação é de prevenção e busca proporcionar maior tranquilidade e paz ao bairro — comentou o sub-comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, major Tales Osório.
A ação foi recebida pelos notívagos inicialmente sem maiores resistências. O que se tornou alvo de queixas de parte dos frequentadores foi a escassez de opções para comemorar a segunda-feira de Carnaval em Porto Alegre.
— Depois das 22h, vamos procurar outro lugar ou ir para casa — afirmou o estudante universitário Yan Fajardo, 23 anos.
Yan foi até a Cidade Baixa acompanhado pelo amigo Victor Oses, também estudante de 23 anos. Na esquina da República com a Rua José do Patrocínio, a dupla bebia água e cerveja enquanto ouvia música em um equipamento de som.
— Chegamos por volta das 16h e recebemos a indicação da Brigada para desligar o aparelho depois das 22h — disse Victor.
Assim como os estudantes, a vendedora Débora Santos, 22 anos, também escolheu as calçadas da Cidade Baixa para passar a noite de Carnaval bebendo ao lado de amigos.
— É importante ter a polícia por perto. A gente se sente mais seguro — apontou.
Ao longo da Rua da República, um dos pontos que atraíram mais frequentadores foi o da esquina com a General Lima e Silva. No local, mesmo com a ação da BM, parte do público tomou em alguns momentos trecho destinado ao fluxo de veículos, dificultando o tráfego de carros e motos.
Para moradores da Cidade Baixa, apesar da grande movimentação nas calçadas, a operação policial trouxe maior tranquilidade. Na opinião do administrador Giovanni Araújo, 36 anos, que vive na Rua da República desde seu nascimento, o trabalho comandado pela BM é "importante" para garantir o sossego da população local, sem prejudicar a vida noturna do bairro.
— As festas têm saído do controle. O problema é quando o barulho vai além do horário permitido — relatou o administrador. — A operação de hoje (segunda-feira) poderia se repetir mais vezes — acrescentou.
Além da BM, membros da Guarda Municipal e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) também participam da ação que se estende durante a madrugada. Nesta terça-feira, a programação oficial do Carnaval de rua de Porto Alegre volta à Cidade Baixa. As apresentações dos blocos "Rua do Perdão" e "Deixa Falar" vão até as 21h. A prefeitura estima que até 20 mil pessoas participem do evento.
Confusão na madrugada anterior
Na madrugada desta segunda-feira, um grupo que participava de uma festa iniciada na noite de domingo (3) foi dispersado pela Brigada Militar na Rua da República. Segundo moradores, os frequentadores estariam causando distúrbios na região.
Conforme a BM, parte do público jogou pedras na guarnição na primeira tentativa de dispersão, quando policiais foram ao local para negociar a saída das pessoas da rua. Como não houve êxito, foi solicitado reforço do Batalhão de Choque, que chegou a usar uma bomba de efeito moral.
