A tradicional Feira do Material Escolar de Porto Alegre pode não ocorrer em 2019. Realizada anualmente pela prefeitura da Capital durante o mês de fevereiro, o evento deste ano ainda não saiu do papel – e corre o risco de ser cancelado devido à falta de interessados em participar das vendas.
Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Smde), dois pregões lançados pelo Executivo durante este mês ficaram desertos. Ou seja, nenhuma empresa apresentou proposta de preços para participar da feira.
A Smde, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que não há motivos claros para o fracasso dos pregões. A pasta garante que os procedimentos seguidos foram idênticos aos dos anos anteriores. Sobre possíveis atrasos para o lançamento do edital – já que a feira ocorre normalmente no meio de fevereiro – a secretaria explica que o documento foi publicado com somente uma semana de diferença em relação à data do ano passado.
Agora, a prefeitura estuda o que é possível ser feito para que a realização da feira se concretize.
Incerteza
O que se sabe, até o momento, é que não há tempo hábil para o lançamento de um novo edital, segundo a Smde. Isso porque as aulas da rede municipal iniciam em duas semanas. Por esta razão, a realização do evento também não é garantida pela prefeitura. A decisão dever ser tomada ainda nesta semana.
Mesmo que a prefeitura leve em conta o calendário municipal, famílias com estudantes das redes estadual e particular – onde as aulas já recomeçaram na semana passada – também costumam aproveitar os descontos da feira para adquirir os itens das listas de materiais escolares. E, agora, com a incerteza do evento, o jeito é correr e pesquisar diretamente nas papelarias os melhores preços.
Pais lamentam
Para quem já está com os filhos em período escolar, a feira de materiais faz falta. Principalmente, pelos bons preços que costumam rechear as prateleiras do evento. O jeito é buscar descontos por conta própria ou comprar em parcelas, como fez a auxiliar administrativa Rosângela Pereira, 30 anos. O filho dela, Denner, nove anos, está indo para a 3ª série. Estudante da rede estadual, ele voltou ao colégio já na semana passada, mas só com os itens básicos. Ontem, Rosângela foi em busca de outras exigências da lista escolar.
– Comprei lápis, borracha e caderno para ele começar. Agora, os lápis de cor, cola, caneta. Daqui alguns dias, quando receber, volto para comprar mais. Material escolar não é barato, fica pesado comprar tudo de uma vez – conta ela.
De loja em loja
Na visão de Rosângela, a vantagem da feira é justamente a facilidade e a certeza de encontrar os preços baixos que proporciona. Mas, como não ouviu nenhuma notícia sobre a realização do evento, ela decidiu ir às compras da maneira tradicional, de loja em loja.
– Se tivesse a feira, não precisava ficar assim, pipocando de lá para cá em busca de preços bons – explica a auxiliar administrativa.
A escolha é parecida com a da emissora de passagens Jarize Rocha, 35 anos. Além dos filhos Erick, 14 anos, e Luiza, seis anos, ela também está voltando às aulas no Hospital de Clínicas, onde faz um curso técnico em Radiologia. Com três listas de materiais para seguir, os descontos da feira escolar têm feito falta para Jarize:
– Só em cadernos, eu gastei quase R$ 60. Os lápis de cor também estão caros. Alguns lojas até oferecem descontos, mas os da feira poderiam ser mais atraentes.