Foi lançado nesta sexta-feira (25), em Porto Alegre, o Regula+Brasil, programa com objetivo de reduzir as filas e o tempo de espera para consultas com especialistas encaminhadas pelas unidades básicas de saúde (UBS). O evento ocorreu pela manhã, no auditório do TelessaúdeRS-UFRGS, no bairro Moinhos de Vento, e contou com a presença do prefeito Nelson Marchezan, do secretário municipal da Saúde, Pablo Stürmer, do coordenador do TelessaúdeRS-UFRGS, Roberto Umpierre, e do diretor-executivo do Hospital Sírio-Libanês, Fernando Torelly. Na prática, a implantação do projeto na Capital ocorreu no dia 10 de janeiro, já com alguns casos já sendo encaminhados.
O Regula+Brasil faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, do Ministério da Saúde. É implementado pelo Sírio-Libanês, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a prefeitura de Porto Alegre. A iniciativa partiu de modelo similar desenvolvido pela UFRGS no Rio Grande do Sul e implantado nas unidades básicas do Interior. O projeto irá atender a cinco capitais brasileiras — já iniciou as operações em Porto Alegre, Belo Horizonte e no Distrito Federal.
Como funciona
De acordo com Torelly, o objetivo é apoiar os postos de saúde, a atenção básica, na regulação das consultas especializadas:
— Contaremos com dois núcleos, um em São Paulo e outro em Porto Alegre, em que os médicos do Sírio-Libanês estarão apoiando médicos dos postos de saúde. Um paciente que precisa de uma consulta especializada em cardiologia ou endocrinologia, por exemplo, até então encaminhava um pedido para ser incluído na fila do SUS. Agora, ele vai teleregular com um médico do Sírio-Libanês, que vai encaminhar de acordo com o protocolo. É possível resolver o problema já no posto de saúde sem necessidade da espera da consulta.
O projeto, que já foi implantado no Estado, com bons resultados, visa a diminuir a burocracia e aumentar a qualidade do SUS, aproximando o cidadão do médico de família e da estrutura dos especialistas. Com isso, será atendido com especialista somente casos que efetivamente são necessários.
Ao chegar ao evento, o prefeito da Capital, Nelson Marchezan, disse que o objetivo é enfrentar as filas:
- Já tínhamos iniciado nas áreas de dermatologia e oftalmologia, e agora vamos enfrentar especificamente as filas das 11 especialidades que possuem milhares de pessoas esperando atendimento médico. A ideia é que se avance no acolhimento, entregando às pessoas algum encaminhamento mais especializado com apoio da equipe de telemedicina, permitindo que aqueles que precisarem de atendimento presencial possam ter esse atendimento de forma mais rápida.
O programa atua apoiando a Central de Regulação de Porto Alegre, avaliando os encaminhamentos feitos aos pacientes que procuram as unidades básicas. Sempre que o médico do local achar necessário encaminhar o paciente para um especialista, esse caso será enviado para um núcleo remoto formado por médicos integrados a uma rede de telemedicina. O núcleo irá avaliar o encaminhamento para as especialidades, indicando prioridade aos casos mais graves.
Especialidades
Filas de espera em Porto Alegre para as especialidades contempladas no projeto (dados de 31 de dezembro):
- Ortopedia – 11.435
- Oftalmologia – 11.482
- Neurologia – 9.065
- Cirurgia vascular – 7.639
- Urologia – 6.592
- Proctologia – 3.309
- Ginecologia – 2.730
- Psiquiatria – 2.483
- Gastroenterologia – 669
- Pneumologia - 165
- Reumatologia – 5
Total: 55.574