Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira (31), o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, falou sobre a polêmica que gira em torno da faixa publicitária instalada na chaminé do Gasômetro e afirmou não entender o motivo de tanta comoção.
Para ele, a chaminé se trata de um patrimônio público de Porto Alegre e, por esse motivo, precisa servir para atender aos interesses dos moradores da Capital. Ele ainda afirmou que uma irregularidade pode ter ocorrido, mas que pretende se desculpar pelo erro.
— Se tivermos que pedir desculpas ao IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e ao Conselho Estadual, a gente pede. Se precisar, pedimos desculpa até para a dona chaminé — brincou.
A polêmica começou no sábado (29), quando o IAB-RS criticou o uso comercial do patrimônio histórico. A entidade ainda destacou que a cedência do espaço não constava no edital de licitação da festa de Ano-Novo, o que, segundo a instituição, pode ter afastado outros possíveis interessados da concorrência.
No mesmo dia, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) informou, por meio de nota, que não foi consultado pela prefeitura de Porto Alegre sobre a instalação da faixa. Como a chaminé é tombada como patrimônio histórico do Estado, seria obrigatória a comunicação e o pedido de autorização ao Iphae por parte da prefeitura.
O secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, afirmou, na tarde deste domingo (30), que não sabia da necessidade de autorização do Instituto do Patrimônio Histórico (Iphae) para pendurar um banner na chaminé da Usina do Gasômetro, mas sustentou que ela permanecerá no local até o dia 2 de janeiro.
Marchezan ainda afirmou que os mais de R$ 400 mil investidos no evento vieram exclusivamente de empresas privadas, sendo a Casa Maria Bazar e Utilidades, que tem o nome estampado na faixa — que tem 30 metros e foi instalada no final da manhã de sexta-feira (28) — da chaminé, a que mais investiu, disponibilizando R$ 200 mil.
Marchezan aproveitou, também, para explicar que a busca por patrocinadores dispostos a realizar o evento foi necessária para que a festa de Ano-Novo acontecesse, já que a prefeitura prefere não retirar dinheiro de outras áreas para investir em eventos.
— A gente entende que a festa tem um símbolo bom para a cidade, que vai atingir pessoas que não podem viajar, e que não teriam essa alegria na virada do ano. Por este motivo, fomos atrás dos patrocinadores — afirmou.
O prefeito ainda ressaltou que todos os patrocinadores, bandas e atrações do evento são de Porto Alegre.