Nem todo mundo deixou a Capital para curtir a virada do ano nas praias gaúchas. Teve quem optou, ou precisou, ficar em Porto Alegre mesmo. E para fugir do calor de ontem, quando a temperatura rondou os 34ºC, as praias da Zona Sul foram a melhor opção. No Lami, por exemplo, o movimento foi intenso.
Entre guarda-sóis, cadeiras, cangas e rodas de pagode, das churrasqueiras nos gramados à areia, tudo estava disputado. No espaço, havia gente da Capital e até de outras cidades. A dona de casa Jeniffer Soares, 32 anos, veio de Gravataí com os amigos para curtir a água doce no extremo sul. Foi a primeira vez que a turma esteve no local.
— Trouxemos as crianças também. Só não vieram os cachorros porque faltou espaço — brinca Jeniffer.
Junto da dona de casa, a auxiliar de cozinha Roberta Samara, 30 anos, elogiou as condições do Lami:
— Pela propaganda que a gente ouvia, de amigos dizendo para não virmos aqui, foi surpreendente. É limpo, tranquilo e as crianças adoram.
Enquanto as amigas curtiam a sombra, a dupla Carlos Soares, 39 anos, e Carlos Fagundes, 39 anos, preparavam o churrasco.
— Quando a gurizada sair da água sair da água, virão cheios de fome — alertou Soares, que trabalha como serralheiro em Gravataí.
Proximidade
Além da limpeza e da tranquilidade da água, outra vantagem apontada pelos frequentadores é a proximidade. Para muitos banhistas, é mais vantagem se deslocar até à Zona Sul do que pegar a Freeway ou a RS-040 rumo ao Litoral Norte.
O casal Esdras Cruz, 36 anos, e Carla Azambuja, 21 anos, trouxe o filho, Pedro, dois anos, para se banhar no Lami. Vieram da Lomba do Pinheiro, na Zona Leste. O pequeno se divertia na água sob a supervisão do casal, que se refrescava nas margens do Guaíba.
— Eu vinha quando era criança. A gente nem sabia se dava para tomar banho ou não. Hoje, pelo menos, tem placas dizendo que a água é própria para banho — recorda Esdras, que é promotor de vendas.
Carla ressalta, ainda, a questão da segurança para o filho. Com o movimento calmo das ondas, os pais ficam tranquilos.
— Parece mais seguro que a praia, e tem até salva-vidas — aponta a secretária.
A sensação de segurança é a mesma sentida pelo almoxarife Rodrigo Anelli, 42 anos, e pela dona de casa Lisiane Nunes, 37 anos. O casal, que mora no bairro Camaquã, fincou o guarda-sol na margem, com a água batendo nos pés. Sob seus cuidados estava a pequena Lia, três anos. O trio ficou próximo da guarita, onde está o agente responsável pela segurança dos banhistas.
— É a primeira vez que viemos, a praia está aprovada. Nossa filha está se divertindo muito — avalia Lisiane.
Acessibilidade
Cadeirantes, idosos ou pessoas com dificuldades na mobilidade também terão a oportunidade de curtir a água. O programa Praia Acessível para Todos lançou, neste sábado a sua temporada 2019 de atendimento gratuito ao público. Na Praia do Lami, durante todos os finais de semana de janeiro e fevereiro, entre 9h e 16h, haverá um plantão para garantir que essas pessoas possam se banhar. Cadeiras de rodas anfíbias serão usadas na atividade.
Dicas para o banho em águas doces
O Corpo de Bombeiros tem algumas orientações para quem costuma se banhar em águas doces.
— Tomar banho próximo à margem.
— Nunca ultrapassar o limite da água na altura da cintura, principalmente em locais de profundidade desconhecida.
— Nunca tentar atravessar de uma margem à outra.
— Em situações de afogamento, nadar ou tentar flutuar na direção da correnteza, buscando a margem.
— Tomar cuidado com objetos flutuantes, que podem levar a áreas de profundidade.
— Nunca deixar a criança brincando na água sozinha.
— Orientar a criança a nunca ultrapassar o limite da água na altura da cintura.