A Orla Moacyr Scliar ganhou reforço de policiamento, em Porto Alegre, com o objetivo de inibir tumultos e princípios de briga que começaram a ser registrados no local nos últimos finais de semana. Neste domingo (23), a Força Nacional realizou uma operação de policiamento ostensivo na região, com cinco viaturas nas proximidades da Usina do Gasômetro e homens armados de fuzil.
O efetivo nas imediações também contou com policiais da Brigada Militar em duas guaritas metálicas e rondas a cavalo. A mobilização das forças de segurança chamou a atenção dos frequentadores.
Quem se aproximava da orla logo via as luzes de três caminhonetes da Força Nacional diante do Gasômetro, onde a pista foi reduzida por meio de cavaletes. Mais adiante, na rótula seguinte, havia outro dois veículos estacionados no canteiro central com integrantes da corporação de fuzil em punho.
— É a primeira vez que fazemos essa operação com objetivo ostensivo aqui, por solicitação da Brigada Militar. Se houver novas solicitações, a operação pode continuar ocorrendo — afirmou o sargento da Força Maurício Ribeiro.
O cabeleireiro Jorge Luís Ribeiro, 62 anos, e a mulher Tânia Bohrer, 60, gostaram do reforço na segurança pública após recentes tumultos. No domingo do dia 16 de dezembro, por exemplo, uma briga entre vários homens e mulheres foi gravada por celular e compartilhada em redes sociais. Em outro domingo, no dia 2, um homem chegou a exibir uma pistola na cintura para tentar inibir um princípio de conflito.
— Achei muito legal esse policiamento mais presente. Nos sentimos mais seguros — afirmou Tânia.
Mas o forte aparato militar também desagradou a alguns frequentadores. A gestora de projetos sociais Larissa Malmann, 33 anos, chegou ao local acompanhada do marido e da filha de três anos. Disse que ficou incomodada com a visão dos fuzis em um ambiente repleto de crianças e famílias.
— Acho que o reforço poderia ser um pouco menos ostensivo — opinou.
Em razão da proximidade do feriado de Natal, havia menos público do que o normal na área e, até as 19h, o efetivo da Brigada Militar no local não havia identificado confusões. O autônomo Márcio Vaz, 42 anos, se mostrava insatisfeito apenas com o assédio dos flanelinhas que costumam abordar os motoristas em busca de vaga para estacionar. Acompanhado da mulher, do filho e do cachorro da família, disse que foi cobrado em R$ 20 antes mesmo de desembarcar do carro:
— Eu disse que não tinha R$ 20, então acabei dando R$ 15. O problema é que a gente se sente intimidado a pagar porque, caso contrário, teme alguma retaliação contra o veículo.
Vaz, que mora na Zona Norte, afirma que cogita deixar o carro em alguma garagem próxima e se deslocar até a orla por meio de um aplicativo de transporte.
— A gente acaba gastando mais ou menos a mesma coisa, ou um pouco mais, mas fica mais tranquilo — complementou o autônomo.