Embora o tempo não estivesse dos melhores — frio atípico para dezembro, somado a um vento forte que baixava ainda mais a sensação térmica —, a Orla Moacyr Scliar, em Porto Alegre, estava cheia no final de tarde de quinta-feira (6), quando GaúchaZH chegou ao local para verificar como anda o movimento e a qualidade do serviço nos dois estabelecimentos já instalados no local: a lancheria Sheik Burger e o restaurante 360 POA Gastrobar.
Para termos uma boa noção de ambos estabelecimentos, decidimos por um cardápio de happy hour no Sheik Burger seguido de jantar no 360. Tivemos — repórter e fotógrafa — experiências ora amenizadas, ora potencializadas pelo cenário sempre espetacular que o local proporciona. Para não influenciar na qualidade do atendimento, os dois jornalistas não se apresentaram como tal.
Antes, o estacionamento
Em dias de semana, não há problema de vagas para estacionar na região. Quando a reportagem chegou ao local — ainda dia, às 19h —, o ponto mais vantajoso era o estacionamento do outro lado da Avenida Loureiro da Silva, na curva em que ela se transforma em Presidente João Goulart, ao lado da Rótula João Belchior Marques Goulart. Além de farta oferta de vagas, havia dois guardadores e uma viatura da Brigada Militar no local.
Se a ideia é estacionar diretamente junto à orla, melhor esperar até as 20h, quando cerca de 200 metros da pista da direita da Avenida Presidente João Goulart se transformam em área de estacionamento permitido. Até esse horário, há apenas três vagas livres, as demais são para deficientes físicos (três), idosos (cinco) e exclusivas para a Guarda Municipal (três). Também havia guardador nesse local.
Sheik Burger, clima melhor do que o serviço
Primeiro estabelecimento instalado na orla, a lancheria Sheik Burger ainda se esforça para oferecer um serviço à altura do espaço, cuja vista é sensacional. Mas não que os clientes se incomodem: como a prioridade é o climão à beira do Guaíba, as 27 mesas externas (20 quadradas e sete redondas, com opção de guarda-sóis) e as oito torneiras de chope artesanal (a R$ 13) são suficientes para manter a clientela sorridente e distraída com as selfies junto ao céu lilás.
Os problemas começam se a ideia for matar a fome. Mesmo o prato mais popular, o hambúrguer (R$ 20), demorava cerca de 40 minutos para ser entregue. Testemunhamos alguns pedidos "órfãos" nas mãos dos garçons, cujos donos haviam desistido e ido embora. O pedido feito por GaúchaZH — um kibe e um bolinho de queijo, ambos a R$ 8 —, não foi entregue em 1h05min. Uma garçonete se desculpou e devolveu em dinheiro o valor pago no cartão.
Serviço:
Pagamentos são feitos no momento do pedido no balcão ou junto aos "caixas móveis": garçons que circulam com máquinas de cartão. O processo é prático e facilita a hora de ir embora. O maior problema é a entrega dos pedidos, demorada e confusa.
Cardápio:
Os preços são acessíveis — um hambúrguer com fritas sai a R$ 25 — e chama a atenção a variedade de opções vegetarianas (10 pratos) — tem até uma coxinha vegetariana com "carne" de jaca. De alcoólico, há drinks (R$ 12 a R$ 18), espumante (R$ 120 a garrafa de Chandon) e chope artesanal (R$ 13). Lembrando que a venda de cerveja é vetada na orla.
Estrutura:
A decoração é simples (alguns narguilés na parede e nada mais). Há mesas em abundância na área externa e alguns poucos balcões na área interna. Se faltar assentos, ainda há os degraus da orla, ao lado do estabelecimento. O local é petfriendly, com potinho d'água para cães.
Horário de funcionamento:
Todos os dias, das 10h às 22h.
360 POA Gastrobar: bom, bonito e barulhento
Uma das vedetes da orla pelo formato circular e envidraçado sobre as águas do Guaíba, o 360 POA Gastrobar estava concorridíssimo próximo às 20h quando GaúchaZH chegou ao local para conferir o movimento. Na ocasião, havia uma fila de 12 candidatos a mesas (com diferentes números de pessoas).
Voltamos ao local às 21h, quando o movimento já era mais tranquilo e havia apenas um nome na fila. Uma dificuldade extra do dia era o vento forte na área externa, que inviabilizava uma refeição agradável no amplo deque do estabelecimento. Ali, desde as 16h é oferecida uma versão mais enxuta do cardápio, focada em petiscos e chope.
Serviço:
O movimento frenético no restaurante não afeta o serviço. Os garçons são muitos e atenciosos, e os pratos pedidos por GaúchaZH chegaram em menos de 15 minutos. Melhoraria ainda mais se houvesse um sistema para comunicar o andamento da fila à distância, para o pessoal poder circular pela orla enquanto aguarda a vaga.
Cardápio:
Mais enxuto na área externa e mais diverso e sofisticado na área interna, o cardápio não é barato, mas tampouco é inacessível. Os pratos principais são bem servidos e os preços variam de R$ 47 (massa com brócolis ramoso) a R$ 79 (congrio). Os pedidos do GaúchaZH foram a massa artesanal com ragu de costela (R$ 49) e o filé com fritas e ovo cozido a 64ºC (R$ 59), ambos muito bons. Além dos chopes (de R$ 15 a R$ 19, na opção de 400ml), há uma ampla carta de vinhos.
Estrutura:
Embora charmoso, o formato panorâmico, fechado e toda envidraçado do restaurante tem um problema sério: a acústica. O barulho é quase ensurdecedor quando o restaurante está cheio, dificultando a conversa e praticamente abafando a trilha sonora. Ademais, o visual é ótimo. Porém, conforme o movimento e o clima, o deque promete uma experiência mais aprazível.
Horário de funcionamento:
Todos os dias, das 11h às 16h e das 19h às 23h (área interna) e das 16h às 23h (deque). Aos finais de semana, conforme o movimento, o deque abre mais cedo. O restaurante não trabalha com reservas.